Os sócios do Vitória de Guimarães aprovaram hoje em assembleia-geral (AG) extraordinária o relatório e contas de 2010/11 e concederam poderes à direção para constituir garantias com vista à viabilização e reestruturação financeira do clube.

Estas duas decisões foram aprovadas pela esmagadora maioria dos 400 associados presentes no pavilhão do clube e eram consideradas fundamentais pela direção liderada por Júlio Mendes para a prossecução do Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC) com o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação).

Com o PEC aprovado, o Vitória de Guimarães pode "juntar à mesa" todos os credores e diluir no tempo o pagamento das dívidas ao Estado, banca e privados. Caso contrário teria que pagar a curto prazo e o clube não tem essa capacidade atualmente. Para esse fim, os sócios aprovaram a alienação de património do clube como garantia.

Júlio Mendes lembrou que «os pressupostos financeiros foram aceites pela Liga, em primeira instância, mas apenas serão validados se o PEC for aprovado pelo IAPMEI», mas para isso «faltam as certidões de situação tributária regularizada, que são passadas pelo Estado».

«Sem isso não podemos competir na próxima temporada. Estamos a dever cerca de cinco milhões de euros ao fisco e à segurança social e só através de negociação pelo PEC isso será possível», reforçou.

As contas do exercício anterior, que tinham sido chumbadas em outubro do ano passado ainda na presidência de Macedo da Silva, apresentam um passivo de cerca de 15 milhões de euros (ME) e um resultado líquido negativo de quase 2 ME.

Júlio Mendes traçou um cenário "negro" da realidade do clube, frisando que «o Vitória vive momentos muito dramáticos» e que encontrou «uma situação deveras mais complicada» do que tinha antecipado.

O dirigente lembrou que, três dias depois de ter sido eleito, foi «chamado de urgência à repartição de finanças para resolver um problema muito grave porque o Vitória estava a minutos de ver todas as contas penhoradas pelo fisco».

O líder vitoriano disse esperar fechar o exercício 2011/12 com um passivo de 21 ME e lamentou que a anterior direção tenha antecipado todas as receitas.

Júlio Mendes avisou que na próxima AG, em finais de junho, a direção vai apresentar «um orçamento muito drástico e conservador» de forma a «honrar os compromissos do clube» e pediu aos sócios «que refreiem as expetativas, porque primeiro tem de estar o nome do Vitória de Guimarães».

«Vamos ter de fazer sacrifícios para este clube poder ter esperança no futuro», disse.

O presidente revelou ainda que fez um empréstimo do seu próprio bolso ao clube: «A mim não me saiu o Euromilhões, tenho menos dinheiro do que isso, mas fiz um empréstimo sem juros e sem garantias para pagar salários em atraso», disse.

Prometeu ainda que, quando o Vitória tiver uma situação financeira mais desafogada, vai mandar fazer uma auditoria «para que se apurem as responsabilidades de quem conduziu a esta situação».

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