O sucessor de João Bartolomeu foi nomeado pelo acionista Materlis, empresa que pertence ao ex-presidente dos leirienses, e esteve ausente da assembleia em que foram aprovadas as contas do exercício 2010/2011, com um balanço negativo de pouco mais de nove milhões de euros.

O futuro da sociedade anónima desportiva da União de Leiria era uma incógnita, mas a continuidade da SAD e da equipa que desceu da I Liga e foi despromovida à II divisão nacional por não ter cumprido as exigências da Liga está assegurado, frisou o presidente da assembleia de acionistas.

Segundo João Barreiras Duarte, «a União de Leiria vai continuar» e será iniciado «o processo administrativo para haver uma equipa na II divisão nacional».

«Era mais notícia se a SAD terminasse, mas este é um caminho positivo e importante para o clube, para a sua história, para os seus pergaminhos», sublinhou o presidente da assembleia, lembrando «os bons resultados obtidos ao longo dos últimos anos».

O sucessor de João Bartolomeu foi eleito com cerca de 70 por cento dos votos do capital social representado - 91 por cento - e lidera uma lista totalmente renovada, depois de todos os elementos dos órgãos anteriores se terem demitido.

João Bartolomeu, que liderou a SAD desde a fundação, em 1999, e esteve presente na assembleia, «não foi responsabilizado pela situação da SAD», contou João Barreiras Duarte, recordando o papel do dirigente no percurso da equipa.

«Não podemos deixar de dizer que sem João Bartolomeu - com todos os defeitos e também com as suas virtudes - a União de Leiria, ao longo dos últimos 20 anos, provavelmente não teria chegado onde chegou. Era impensável. Espero que no futuro se consigam feitos idênticos ou mesmo só metade. A União de Leiria é um grande cartão de visita do distrito e da cidade de Leiria».

A situação financeira da União de Leiria, que terminou a época com praticamente todos os jogadores a rescindirem unilateralmente contrato por falta de pagamento de salários e um pedido de insolvência apresentado por um credor, é relativizada pelo presidente da assembleia de acionistas:

«Há uma empresa que avançou com um processo de insolvência e, em termos jurídicos, isso vai ser resolvido, a bem do clube. Quanto ao endividamento, ele pode ser reestruturado, há formas de recuperar o crédito», disse João Barreiras Duarte, que, para além do prejuízo de nove milhões em 2010/2011, não quis avançar o valor total do passivo da União de Leiria.