Numa AG pouco concorrida, a esmagadora maioria dos cerca de 150 associados aprovou o orçamento global de 10 milhões de euros (ME), 5,5 ME para o futebol profissional, exercício que prevê um resultado líquido negativo de cerca de 1,7 ME.

Na última época, o orçamento dos vitorianos para o futebol profissional foi de 9,1 ME (total global de 14,8 ME). O presidente vitoriano, Júlio Mendes, voltou a lembrar a situação financeira «muito difícil, dramática» do clube e notou que este é um «orçamento de risco».

«Constitui um compromisso que esta direção assume com todos os sócios. De forma rigorosa e firme, vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o respeitar e cumprir e, até, ir além, porque queremos conseguir um resultado melhor do que aquele que está previsto», disse.

O dirigente prometeu ainda que a direção vai fazer tudo para que o Vitória «não volte a viver o drama de não pagar salários aos jogadores», frisando ainda que, apesar do resultado negativo previsto, «há uma mudança de paradigma» na gestão do clube.

Júlio Mendes notou ainda que a inscrição da equipa na Liga Portuguesa de Futebol Profissional «ainda não está garantida» porque o clube ainda não tem as certidões da Segurança Social, o que só acontecerá depois do PEC (Plano Extrajudicial de Conciliação) ser aprovado pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação).

Apelou à união e a um maior envolvimento dos sócios, notando que apenas cerca de oito mil pagam quotas mensalmente e que o clube precisa de angariar mais receitas para dotar a tesouraria de mais de mais quatro a cinco ME.

Revelou ainda que contava já ter vendido jogadores e amealhado cerca de dois ME com essas transações: «O mercado está parado, a crise não é só na economia das empresas, é também no futebol, mas acreditamos que até ao fim de agosto o vamos conseguir».

Júlio Mendes disse ainda que ia «acelerar o processo de constituição da sociedade anónima desportiva (SAD)», que foi a sua bandeira eleitoral. 

O Conselho Fiscal (CF) sublinhou no seu parecer o «rigor» da direção e deu parecer favorável ao documento.