Mário Figueiredo, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), disse ter «reservas legais» sobre a proibição de empréstimos de jogadores entre clubes do mesmo escalão.

O dirigente comentou hoje o assunto, no Porto, à margem do sorteio das competições profissionais de futebol, mostrando-se surpreendido pela decisão tomada pelos clubes, na última assembleia-geral da LPFP.

«Tenho reservas legais sobre a medida aprovada», disse Mário Figueiredo, completando:

«Surpreendeu-me a forma como a votação decorreu, porque ouvi pessoas a criticar a medida, mas na altura votaram a favor».

O presidente da LPFP considerou que devia ser encontrado um meio-termo sobre este assunto.

«Compreendendo que a medida de limitar empréstimos de jogadores entre clubes faça sentido. Não compreendo é que se passe da total liberdade para a total proibição. Passamos de um extremo a outro», disse Mário Figueiredo.

O dirigente teme que a «proibição absoluta dos empréstimos possa pôr em causa a sustentabilidade do negócio futebol».

Sobre uma possível reanálise da medida no seio da LPFP, Mário Figueiredo lembra que «a decisão foi aprovada para esta época, e para a alterar teria de haver unanimidade», algo que o dirigente «não acredita».

Ainda sobre este assunto, Rui Costa, dirigente do Benfica, reiterou a posição de discordância do clube, classificando a proibição de empréstimos de «descabida».

«É descabida e prejudicial, sobretudo, para o jogador português, que assim só pode ser emprestado para a II divisão ou então para sair para o estrangeiro», disse Rui Costa.

O elemento da estrutura benfiquista frisou ainda «uma curiosidade». «Houve clubes que votaram a favor da proposta, mas que nos últimos anos são os que mais pedidos de jogadores emprestados fizeram aos três `grandes´».

Posição contrária revelou António Fiuza, presidente do Gil Vicente, que acredita que a decisão «trará ao campeonato maior verdade desportiva».