Os membros da anterior direção do Vitória de Guimarães, incluindo o atual presidente, Júlio Mendes, são arguidos num processo-crime por suspeita de abuso de confiança fiscal, revelou hoje à agência Lusa um dos implicados.

Entre maio e junho deste ano, o ex-presidente Emílio Macedo da Silva e os seus vice-presidentes - Paulo Pereira, Luciano Baltar, Alberto Oliveira e Júlio Mendes - foram ouvidos na Direção Geral de Finanças (DGF) de Braga no âmbito de um processo-crime pela suspeita de crime tributário pelo não pagamento de verbas relativas a IRS e IVA, explicou à agência Lusa Luciano Baltar, vice-presidente para a área financeira da direção liderada por Macedo da Silva.

«Fomos todos constituídos arguidos, inclusivamente o atual president», vice-presidente entre março de 2010 e agosto de 2011 com o pelouro do património e marketing.

Contatado pela Lusa, Júlio Mendes confirmou ter sido ouvido na DGF de Braga e admitiu ser arguido «enquanto representante do clube», mas recusou qualquer responsabilidade na gestão financeira do clube naquele período.

Os membros da anterior direção ainda não foram ouvidos no Ministério Público (MP), para onde o processo já transitou, e Luciano Baltar considera que tal não deve chegar a acontecer, porque, assegurou, o PEC (Plano Extrajudicial de Conciliação) que a direção vitoriana apresentou no IAPMEI (Instituto Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação) deve ser aprovado muito brevemente, «talvez ainda hoje», confirmou Júlio Mendes.

Com o plano de pagamento das dívidas do clube ao Estado aprovado, «tudo ficará regularizado e o processo deixará de fazer sentido», anteviu o presidente vitoriano.

Luciano Baltar disse ainda que a dívida (ao Fisco e à Segurança Social) deixada pela anterior direção rondava os dois milhões de euros.

A Lusa tentou ainda ouvir Macedo da Silva, mas sem sucesso.