Rui Alves disse hoje, que poderá funcionar como «detonador» das ambições políticas de Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal do Funchal, acusando também o vereador do Desporto da autarquia, Pedro Calado de «enviar recados», a mando do seu líder.

«A minha estratégia, enquanto presidente do Nacional, é defender o clube e é bom que Miguel Albuquerque perceba que ficará sem resposta quando quiser mandar recados através de Pedro Calado. Que se fique por aqui, porque a minha próxima conferência de imprensa poderá ser um detonador nas ambições políticas do presidente e do vereador», afirmou.

As declarações do líder "alvinegro", feitas em conferência de imprensa, tiveram por objetivo responder àquilo que considerou serem «provocações» do vereador da câmara funchalense, depois de uma semana marcada pela apresentação do novo modelo de apoio ao Desporto regional, da responsabilidade do Governo Regional da Madeira.

Inicialmente, estava previsto um corte de 20 por cento na subvenção atribuída aos clubes, mas posteriormente, o Governo Regional decidiu atribuir mais 170 mil euros a Marítimo e Nacional. Com esta correção, em vez de 1,785 milhões de euros, os dois principais clubes madeirenses vão receber 1,955 milhões, representando assim um corte de 15 por cento no subsídio.

«A Câmara Municipal do Funchal não tem política desportiva, porque há um completo divórcio entre a autarquia e as instituições desportivas. Preocupam-se mais em dar partidas de regatas e ralis e o desporto não é só isso», denunciou Rui Alves.

O dirigente lembrou ainda que o clube «é amador» e que o futebol profissional «está centrado na SAD», reforçando que a autarquia «não atribui nenhum apoio», havendo «um claro afastamento».

Rui Alves reforçou as críticas ao vereador Pedro Calado afirmando que «trabalha na parte da manhã para a candidatura de Miguel Albuquerque, de tarde fá-lo nas empresas do Grupo Sá e, face a isso, tem dificuldades em perceber que o desporto não são só partidas e chegadas de eventos».

Referindo-se aos apoios concedidos pelo Governo Regional, o presidente do clube acentuou ainda a ideia de que o Nacional e o Marítimo «são os únicos clubes que trazem receitas do exterior».