A Lista Provisória de Créditos relativa ao pedido de insolvência da União de Leiria SAD inclui 107 credores, que reclamam o pagamento de uma dívida que ascende a 13,5 milhões de euros, valor contestado pelo presidente da sociedade.

Segundo o documento consultado pela agência Lusa, que integra o processo de insolvência da SAD, os credores reclamam o pagamento de um total de 13.507.891,54 euros.

O Estado é o maior credor da União de Leiria SAD, com um quarto daquele valor, pouco mais de 3,265 milhões euros por dívidas em sede de IRS e IVA, além dos respetivos juros.

Como segundo maior credor da SAD apresenta-se o ex-presidente, João Bartolomeu, que pede a devolução de 300 mil euros emprestados a título pessoal e reclama, através das empresas Materlis e B-Investimentos, de que é titular, 1.475 milhões de euros e 1.356 milhões de euros, respetivamente.

A Lista Provisória de Créditos integra 25 jogadores de futebol, uma dezena de treinadores e ainda clubes, médicos, funcionários da SAD, escritórios de advogados, bancos, empresas de jardinagem e turismo, empresários de jogadores, entre outros.

O pedido de insolvência da União de Leiria SAD avançou em março deste ano, no Tribunal de Leiria, quando a empresa Fátima Expresso exigiu o pagamento de 162 mil euros.

A atual gestão da SAD da União de Leiria faz, contudo, outras contas.

Manuel Mendes, sucessor de João Bartolomeu à frente da sociedade, garante que «o valor real [da dívida] é muito abaixo do que está na lista», estando a SAD «a impugnar muito do crédito que lá consta».

«Ainda não sabemos ao certo o montante, mas é muito inferior a 13 milhões de euros. Os tribunais vão decidir e depois haverá um plano para pagarmos as verbas que forem de facto apuradas», sublinha à Lusa o presidente da SAD leiriense.

Manuel Mendes assume que esta «é uma herança que há de ser paga», mas lembra que a responsabilidade das dívidas é da SAD anterior.

«A vida da atual SAD começa com a entrada de pedido de revitalização que apresentámos em tribunal. Esse é um processo paralelo, mas é claro que depois haverá um prazo para regularizarmos o que o tribunal decidir. Vai ser difícil, mas aguardamos esse plano de pagamentos. Esperamos depois ter ajudas de várias entidades para fazermos face a isso, mas primeiro temos de trabalhar», explica Manuel Mendes.

A poucos dias da equipa da SAD se estrear na nova época, defrontando o Boavista para a Taça de Portugal, a 26 de agosto, o presidente diz que a estrutura tem «o mínimo necessário» para o arranque.

«Não tem sido fácil, mas já se previa. Esperamos que não se complique mais. Mas as coisas têm corrido com normalidade», assegura o dirigente.