O julgamento de Vale e Azevedo, acusado de apropriação indevida de mais de quatro milhões de euros do Benfica, prossegue hoje com a segunda sessão, preenchida com a audição de duas testemunhas arroladas pelo Ministério Público (MP).

A audiência está programada para as 13h30, na 3.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, estando convocados para inquirição António Leitão, diretor financeiro do Benfica no período em que Vale e Azevedo foi presidente do clube, e o contabilista Rafael Rovisco.

Na primeira sessão, realizada a 26 de setembro, sem a presença da advogada de Vale e Azevedo devido a doença, o antigo presidente do Benfica, que ocupou o cargo de 03 de novembro de 1997 a 31 de outubro de 2000, requereu o adiamento do julgamento por um período "de dois meses".

João Vale e Azevedo aguarda, em Londres, a decisão do processo de extradição para Portugal.

O coletivo de juízes, presidido por José Manuel Barata, considerou que não é «absolutamente indispensável para a descoberta da verdade material a presença» de Vale e Azevedo, «desde o início do julgamento.»

Na quarta-feira, o Tribunal Superior britânico indeferiu o recurso apresentado por Vale e Azevedo para anular a decisão da primeira instância de extradição para Portugal.

João Vale e Azevedo anunciou um pedido de recurso para o Supremo Tribunal britânico.

Neste processo de alegado peculato de quatro milhões de euros, o antigo presidente do Benfica será julgado também pela alegada prática de branqueamento de capitais, de falsificação de documentos e abuso de confiança.

Vale e Azevedo está indiciado de alegada apropriação indevida de verbas resultantes das transferências dos futebolistas Scott Minto, Gary Charles, Amaral e Tahar el Khalej.

João Vale e Azevedo pediu a nulidade da acusação, com a alegação de que tinha uma conta corrente com o Benfica, clube que viveu uma crise financeira de 1998 a 2000, com algumas contas a serem penhoradas de 24 de abril a 13 de junho de 1998.