O antigo “capitão” do Sporting Carlos Xavier considerou hoje que o clube “está a alguns passos do abismo” e defende a necessidade de que seja encontrada rapidamente uma solução para o futebol profissional.

«O Sporting, não direi que caminha a passos largos, mas está a alguns passos do abismo. Penso que alguma coisa tinha de ser feita, alguma solução tem de ser arranjada rapidamente, agora com a demissão destes dois elementos da estrutura», afirmou Carlos Xavier, em declarações à agência Lusa.

Após a saída do técnico Ricardo Sá Pinto, que foi substituído interinamente por Oceano Cruz, e do administrador da SAD leonina Luís Duque e do diretor-geral Carlos Freitas, o ex-futebolista defende o plantel “verde e branco” e apela à urgência de encontrar soluções para regressar aos bons resultados.

«Têm de ser encontradas novas soluções, novas ideias, porque o clube vive dos resultados de uma equipa e se a equipa não ganha o clube morre. Há matéria-prima para sair desta situação, é preciso é saber fazer bem as coisas. O Sporting tem de ter um projeto viável a médio prazo porque não pode esperar muito mais tempo. Tem de ter alternativas em carteira para sair desta crise», explicou.

O antigo “capitão” da equipa de futebol dos “leões” reconhece ter vivido «anos com maus momentos», mas nenhum como este.

«Estivemos 18 anos sem ganhar o campeonato e as coisas estavam difíceis. Na altura, foi preciso uma pessoa da casa pegar na equipa e levá-la ao título. Agora, é preciso fazer as coisas com cabeça, com tempo e não tentar o imediato, prometendo títulos já na próxima época, porque para esta está difícil», afirmou.

Carlos Xavier considera que o projeto leonino deve «passar pela implementação de um sistema de jogo semelhante em todas as suas equipas à semelhança do FC Barcelona, obviamente», defendendo a utilização de táticas “4-4-2” ou “4-3-3”, para o aproveitamento na equipa principal.

«Depois, conseguir jogadores que desempenhem bem as funções nesses sistemas táticos e escolher um treinador que jogue muito nesse sistema. Nada de inventar», referiu.

Apesar da pressão colocada na equipa principal de futebol, que ocupa o 12.º lugar da I Liga, já foi eliminada da Taça de Portugal e está na última posição do Grupo G da Liga Europa, Carlos Xavier reitera que esta é constante e não apenas quando há maus resultados.

«Quem veste aquela camisola sabe que está sujeito a uma pressão enorme. O jogador tem de ter capacidade para superar essa pressão quando os resultados não são os melhores. O jogador tem de sentir o peso da camisola e tornear as fases menos boas. Obviamente que a instabilidade dentro do clube também se reflete na equipa, que não se sente estável, mas não passa por aí, porque o papel deles é treinar e jogar, não é dirigir, por isso têm de se abstrair disso», concluiu.