Os responsáveis do Clube dos Galitos e do Alavarium reúnem-se, na segunda-feira, com o secretário de Estado do Desporto para discutir a ordem de despejo do complexo desportivo de Aveiro, propriedade do Estado, anunciou hoje fonte municipal.

A reunião, que irá decorrer em Lisboa, contará ainda com a presença de responsáveis da Câmara de Aveiro (PSD/CDS) e do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), o «possuidor precário» do complexo, que inclui as piscinas e um pavilhão desportivo.

O encontro, que foi solicitado pelo presidente da Câmara, Élio Maia, deverá servir para procurar uma solução para o impasse criado com o ultimato feito pelo IPDJ, que deu um prazo até hoje para os clubes desocuparem as instalações, o que não foi cumprido.

«Tanto as piscinas, como o pavilhão, estão a funcionar normalmente», disse à Lusa o presidente do Clube dos Galitos, António Granjeia, lembrando que o clube entregou no Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro uma providência cautelar para impedir o despejo das instalações.

O clube, que diz ter investido nas piscinas mais de 185 mil euros em obras de conservação e de manutenção, promete tudo fazer para que a prática de natação, do triatlo e outros desportos aquáticos se mantenha nas atuais instalações, beneficiando os cerca de 1200 utentes do clube, da escola secundária José Estevão e de várias juntas de freguesia e coletividades do concelho.

O IPDJ entende que os dois clubes deveriam ter deixado aquelas instalações em 2008, após a Câmara de Aveiro ter revogado o contrato de comodato para a gestão do complexo desportivo celebrado com o ex-Instituto do Desporto de Portugal.

Na altura, o então secretário de Estado do Desporto Laurentino Dias deslocou-se a Aveiro para tentar encontrar uma saída para a situação, tendo deixado a garantia de que os clubes poderiam continuar a usar os espaços nas mesmas condições que estavam a usufruir.

No entanto, para o IPDJ, a inexistência de protocolos ou contratos de cedência de utilização/exploração dos equipamentos estabelecidos com o Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, configura «uma irregularidade, à qual não devia ser dada continuidade e havia que fazer cessar».

Segundo o IPDJ, «a solução para a manutenção do funcionamento do complexo desportivo, no futuro, passa obrigatoriamente pela articulação direta entre as eventuais entidades interessadas na sua exploração e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças».