O treinador Manuel Cajuda mostrou-se incapaz de definir a alegria que sente pelo regresso ao Olhanense, «o clube do coração» e pelo qual fará a estreia quarta-feira, diante o Moreirense, em jogo da Taça da Liga de futebol.
«É bom voltar a casa. Agradeço à direção do Olhanense por me fazer voltar a casa. Ninguém pode quantificar nem qualificar a alegria que existe dentro de mim por voltar ao estádio que ajudei a fazer, pelo qual andei a apanhar pedras», afirmou o técnico.
Na conferência de imprensa de apresentação como novo técnico dos algarvios, realizada no Estádio José Arcanjo, após o treino matinal, que já orientou, Cajuda revelou-se satisfeito por voltar ao «clube do coração», quase 24 anos depois.
«Não faço favor nenhum por gostar do Olhanense. Nasci na rua Patrão Joaquim Lopes e é com sentimento super especial que estou de regresso», assinalou o treinador, que recordou a forma como foi abordado segunda-feira pelo presidente do Olhanense, Isidoro Sousa.
Cajuda lembrou que estava a almoçar quando recebeu o telefonema de Isidoro Sousa: «Quase me engasguei. Quando ele disse que o Olhanense precisava de mim, seria ingratidão eu dizer que não. Vim-me embora, sem sequer discutir contrato ou dinheiro».
O técnico, que assinou até final da época, uma vez que em março deverá ocorrer um ato eleitoral no emblema algarvio e «não fazia sentido» prolongar o contrato para além disso, deixou elogios para a equipa técnica liderada por Sérgio Conceição, que saiu segunda-feira por já não se rever no projeto.
«Fizeram um trabalho excelente e deixaram o clube numa situação estável, perante a realidade do clube. Como olhanense de gema sinto-me no direito de lhes agradecer pelo trabalho que fizeram», sublinhou.
Manuel Cajuda explicou que quarta-feira, na receção ao Moreirense, para a Taça da Liga, vai estar no banco, uma vez que a equipa «precisa de um líder», mesmo «com as condições e realidade que existem», e não de alguém que se «esconda na bancada, com medo de perder».
A falta de jogadores obrigará à utilização de vários juniores, mas o treinador sustentou que o Olhanense «tem uma boa equipa e um bom plantel» e, depois de recuperar todos os elementos, estará à altura dos seus objetivos.
Ao confronto com a turma de Moreira de Cónegos, seguir-se-á, no domingo, a estreia no campeonato, diante do Sporting, agora orientado por Jesualdo Ferreira.
«Vai ser engraçado, porque fizemos carreiras paralelas ao longo deste tempo. Tenho a certeza que também aí o Sporting não piorou com a decisão que tomou, sem estar em causa o valor do sr. Vercauteren. Por aquilo que conheço do Manuel Jesualdo, é uma boa notícia para o Sporting», comentou.
O presidente do Olhanense, Isidoro Sousa, também se manifestou satisfeito «pelo virar de uma página» no clube com a entrada de «um homem de Olhão e, sobretudo, de um amigo», com o qual já tinha trabalhado, nos anos 80, então como vogal da direção.
O treinador, de 61 anos, volta ao clube algarvio, que treinou nas épocas de 1985/86 e 1986/87 e, depois, em 1988/89, e no qual alinhou também como jogador. A última experiência como treinador em Portugal remontava à época passada, na União de Leiria.