O Conselho Diretivo do Sporting diz que o comunicado hoje divulgado pela Mesa da Assembleia-Geral do clube consubstancia uma atitude que «viola claramente o que está estatutariamente definido» para a convocatória de uma reunião magna extraordinária.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a direção dos “leões” denuncia «uma posição parcial, não isenta, na linha de outras publicamente assumidas por membros da Mesa da Assembleia-Geral, inquestionavelmente colados a um ex-candidato», acrescentando que este órgão social «deve ter independência e equidistância para com todos os sócios do Sporting Clube de Portugal».

«De todos os pressupostos exigíveis para a marcação de uma Assembleia Geral com estas características não há um só que se verifique: justa causa, pagamento do custo integral da sua realização e verificação de toda a documentação. Esta violação dos estatutos e da lei não deixará de merecer a resposta adequada», afirma a direção do clube.

O Conselho Diretivo refere que «os valores de transparência, isenção, imparcialidade, independência, solidariedade institucional, que deveriam ser apanágio da Mesa da Assembleia-Geral são mais uma vez colocados em causa», denunciando ainda que este órgão do clube se mostra «indiferente ao atual momento próprio para transferência de jogadores, a uma necessária, histórica e decisiva reestruturação financeira do Clube e da Sporting SAD, a uma campanha de sócios e recuperação da equipa principal de futebol sob o comando do prof. Jesualdo Ferreira».

«Esta indiferença da MAG chega ao ponto de, desde que a equipa está a ganhar, ter faltado a todos os jogos, numa clara manifestação de alheamento e incómodo face à evidente recuperação da equipa», sublinhou o Conselho Diretivo no mesmo comunicado, acrescentando que «solicitou, com caráter de urgência, ao Conselho Fiscal e Disciplinar um parecer sobre os factos em apreço, aguardando serenamente a sua divulgação».

«O Conselho Diretivo do Sporting Clube de Portugal tem como dever zelar e proteger o Clube, seja de quem for. E garante a todos os sócios e adeptos que, com elevado sentido de responsabilidade, continuará a assegurar a estabilidade e o regular governo e funcionamento do clube em todas as suas vertentes», pode ler-se ainda na mesma nota, que termina com um apelo a «todos os sócios, adeptos, funcionários e atletas do Sporting Clube de Portugal» mantenham a serenidade que se impõe e continuem a apoiar as equipas do clube.

O vice-presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting, Daniel Sampaio, confirmou hoje à agência Lusa que foi aceite o requerimento para realização de uma reunião magna extraordinária para votar a destituição dos órgãos sociais do clube.

«Só hoje às 13h00 tive oportunidade de me deslocar aos serviços do Sporting e confirmar que estão reunidas as condições estatutárias para a realização de uma Assembleia-Geral extraordinária», explicou Daniel Sampaio, referindo-se ao requerimento apresentado pelo Movimento Dar Rumo ao Sporting. 

Em comunicado enviado aos mentores do requerimento do movimento e assinado pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Eduardo Barroso, estão confirmados «o número mínimo de votos exigido estatutariamente (mil) relativo aos sócios efetivos requerentes», além de confirmado o «pagamento da importância para cobrir as despesas inerentes à referida assembleia».

«Considerando, por fim, que, sob pena de pôr em crise a própria liberdade de associação e os Estatutos do Sporting Clube de Portugal, a Mesa da Assembleia-Geral apreciou a legitimidade do fim da convocação», lê-se ainda no documento enviado a André Patrão e Miguel Paim.

À Lusa, Daniel Sampaio acrescentou ainda que a data e o local desta reunião magna «serão divulgados em momento oportuno», confirmando, porém, que a mesma terá de ser realizada no espaço de 30 dias, a contar de hoje.