Benfica e FC Porto terminaram invictos e a par, com 39 pontos, a primeira volta da edição 2012/2013 da I Liga portuguesa de futebol, numa bipolarização cada vez mais marcada.

Em 15 jornadas pautadas também por um desastrado Sporting, já no quarto treinador, os “encarnados” sagraram-se “campeões de inverno” pela diferença de golos (39-11 contra 35-8), já que ambos os conjuntos somaram idênticos 12 triunfos e três empates.

Face a um Sporting de Braga que se reafirmou como terceira força, mas longe da frente (a 10 pontos), é certo que o título irá para a Luz ou o Dragão, como nos últimos 10 anos (oito títulos “azuis e brancos”).

O cenário de igualdade pairou ao longo de quase toda a primeira volta, com o Benfica mais ofensivo (39 golos marcados) e vistoso e o FC Porto mais pragmático e sólido defensivamente (oito sofridos).

Excetuando o confronto direto (2-2 na Luz, à 14.ª jornada), os “encarnados” só cederam empates, também a dois, com Sporting de Braga e Coimbra e os “azuis e brancos” em Barcelos (0-0) e Vila do conde (2-2).

Com um golo de vantagem, critério que a LPFP manda que vá fazendo a diferença em caso de igualdade pontual, o Benfica é líder e, face ao que se passou no início da temporada, algo surpreendentemente.

Com a venda de Javi Garcia e Witsel, a ausência aparente de um defesa esquerdo “credível”, depois de um ano a sofrer com Emerson, e o castigo a Luisão, os “encarnados” pareciam fragilizados, algo acentuado com as lesões de Aimar e Carlos Martins e o “desaparecimento” de Gaitan.

Mas, Matic, Enzo Perez e o ex-avançado Melgarejo supriram as ausências e, com um ataque mais forte, face às contratações de Lima e Ola John e ao regresso de Salvio, o Benfica, liderado defensivamente por Garay, manteve-se forte, também com a ajuda de equipa B (André Gomes e André Almeida).

Feitas as contas, o Benfica está melhor do que há um ano (mais um golo marcado e menos um sofrido), graças a uma grande prestação fora, já com as mesmas sete vitórias de 2011/2012.

Por seu lado, o FC Porto sobreviveu ao adeus de Hulk e não precisou de mais do que um ponta de lança para fazer a diferença: o colombiano Jackson Martinez chegou, viu e venceu, sendo o melhor marcador da prova, com 14 golos, muitos deles decisivos.

A “magia” de James Rodriguez e a fiabilidade de um meio-campo muito forte, com Fernando, João Moutinho e Lucho, à frente de um setor defensivo que não acusou a lesão de Maicon e integrou bem, em definitivo, Danilo e Alex Sandro, fizeram do “onze” de Vítor Pereira um conjunto coeso e muito difícil de bater.

O trajeto perfeito em casa (oito vitórias em oito jogos) é outra marca do bicampeão, que ainda pode melhorar na segunda volta, com as incorporações dos ex-“leões” Izmailov e Liedson.

Aos trajetos de Benfica e FC Porto, a concorrência não teve armas para responder, nem o Sporting de Braga, que, com José Peseiro, reafirmou-se como terceira potência e foi capaz de marcar 34 golos, o seu máximo em 63 anos, mas ficou-se a 10 pontos.

Imediatamente abaixo dos bracarenses, segue a grande sensação da primeira volta, o Paços de Ferreira, que, alicerçado num grande coletivo construído por Paulo Fonseca, acabou a quatro pontos dos “arsenalistas” e só perdeu com os dois líderes.

Em “grande”, por culpa exclusiva de cinco triunfos fora, contra um mísero sucesso caseiro, esteve também o Rio Ave, de Nuno Espírito Santo, com a preciosa colaboração de sete golos de João Tomás, que, entretanto, foi ganhar a vida para Angola.

Mesmo obrigado a vender todos os que custavam caro, o Vitória de Guimarães, superiormente comandado por Rui Vitória, repetiu o sexto posto e os 20 pontos de há um ano, enquanto o Estoril, recém-chegado da II Liga, conseguiu virar em sétimo.

Face à distância para o penúltimo, mesmo do Rio Ave (mais sete pontos), nenhuma equipa abaixo do Paços de Ferreira parece salva de cair na luta pela manutenção, nem mesmo o Sporting, que só não está pior porque fechou a primeira volta com dois triunfos.

Ainda assim, e a navegarem às ordens de um quarto treinador (Jesualdo Ferreira, depois de Sá Pinto, Oceano e Vercauteren), os “leões” somam apenas 18 pontos, o pior registo desde 1966/67, e têm um registo negativo de golos (14-16) - não fosse “são” Rui Patrício e as coisas ainda estariam pior.

Abaixo dos “leões”, segue um Marítimo com menos oito pontos do que em 2011/2012, uma Académica que, com oito golos de Edinho, sobreviveu à passagem pela Liga Europa e uma Gil Vicente em queda, depois de chegar à sexta jornada no quarto posto.

Em perda consecutivamente desde 2008/2009, o Nacional é 12.º, um ponto à frente de Beira-Mar e Olhanense, ambos sofríveis, e um Vitória de Setúbal que viveu à custa dos golos de Meyong (13 em 19). O Moreirense está seis pontos abaixo, em último.

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