O antigo vice-presidente do Sporting António Menezes Rodrigues considerou hoje que a renúncia dos órgãos sociais do clube, e a marcação de eleições antecipadas para 23 de março, foi um assomo de bom senso no meio de um furacão.

«Este é um momento crítico na vida do clube, com resultados desportivos no futebol profissional bastante baixos, uma situação financeira muito difícil e com uma crise instalada na gestão do clube provocada por adeptos insatisfeitos que pressionaram muito a Mesa da Assembleia-Geral (AG), que assumiu as dores de parto dos adeptos e desencadeou-se esta trovoada, este furacão, que deixou o clube numa situação complicada», afirmou o antigo dirigente “leonino”.

Em declarações à agência Lusa, Menezes Rodrigues questionou a «justa causa» para a marcação da reunião magna para 09 de fevereiro, dada a necessidade de terem ocorrido «atos dolosos ou suficientemente danosos por parte da direção do clube e não da SAD» para justificar o agendamento na ordem de trabalhos a destituição do Conselho Diretivo, na sequência da petição do movimento «Dar rumo ao Sporting», mas reconheceu o mérito na solução encontrada.

«Felizmente, os responsáveis tiveram um assomo de bom senso e acabaram por encontrar a solução que mais facilita a união dos sportinguistas, porque ninguém vai perder a SAD com a marcação de eleições para março», frisou, reconhecendo que o facto de a Mesa da AG ter sido eleita por uma lista diferente do Conselho Diretivo (CD) «é sempre muito desagradável por promover movimentos para eleição».

Antevendo as eleições antecipadas no clube, Menezes Rodrigues, que fez parte das direções de Sousa Cintra, José Roquette, Dias da Cunha e Filipe Soares Franco, apontou as qualidades para o futuro presidente do Sporting, que deve pôr fim à instabilidade.

«De facto foi a melhor solução que se podia ter encontrado, esperemos que haja agora candidatos com prestígio, credibilidade, idoneidade, capacidade e que sejam bastante respeitados para que o clube possa ter órgãos dirigentes que resolvam definitivamente esta situação angustiosa que se instalou, há cerca de três anos, no clube», salientou.

No entanto, Menezes Rodrigues considera que esta renúncia acaba por oferecer alguma estabilidade à SAD do Sporting.

«Permite estabilidade, como as pessoas são responsáveis, o presidente Godinho Lopes vai responsabilizar-se pela condução da gestão do clube até às eleições. Não sei se será candidato ou não, é capaz de ser, porque tem todas as condições para ser candidato se quiser. Foi uma solução muito bem encontrada, para que também a equipa de futebol não seja penalizada por esta situação de crise que o Sporting vive», concluiu.