Andrade, ex-jogador do Benfica, teve a felicidade de ser colega de balneário de Paulo Fonseca no Belenenses, e, anos mais tarde, ser treinado por ele no Odivelas.

Numa altura em que o Paços de Ferreira é a surpresa das surpresas neste campeonato, o SAPO Desporto pediu a Andrade para recuar uns anos (época 1996/97) e relembrar como era Paulo Fonseca dentro de campo no centro da defesa dos azuis do Restelo.

«Era excecional como homem e foi uma das pessoas que me recebeu melhor no Belenenses. Era um jogador autoritário, um líder dentro de campo que apoiava sempre os seus colegas», começou por dizer.

Decorreram 11 anos até os dois se voltarem a reencontrar. Paulo Fonseca já tinha decidido sair de campo. Agora sentava-se no banco de suplentes, a partir de onde exercia a sua autoriedade na forma como orientava os seus atletas. Em 2008/09 teve um convite para treinar um clube da segunda divisão: o Odivelas.

Lembrou-se então de Andrade e convidou-o a integrar o projeto. Dava-se o reencontro entre os dois, mas em posições um pouco diferentes. O técnico passava a contar com alguém que era a extensão da sua voz de comando dentro das quatro linhas.

«Tê-lo como treinador foi uma boa experiência. Fiquei muito satisfeito por ele me ter convidado para ser jogador dele. Fizemos coisas muito engraçadas no Odivelas, e tenho um grande orgulho nele», adiantou.

A admiração pelo técnico deve-se ao percurso que este trilhou até chegar onde está hoje.

«Aquilo que posso dizer é que o Paulo Fonseca construiu o seu percurso com muito mérito, trabalhou muito para isso. Ele construiu a pulso a sua curta carreira. Não foi um treinador que entrou diretamente numa equipa da Primeira ou Segunda Liga. Ele enquanto jogador foi um líder na defesa e é muita da sua experiência como atleta que ele transmite aos seus jogadores», frisou.

O técnico dos castores iniciou-se nas camadas jovens do Estrela Amadora, tendo passado por todas as divisões até chegar à Mata Real. E o antigo médio considera que não faltará muito para o treinador poder continuar a sua escalada até ao topo do futebol português.

«Na minha opinião, um treinador que consegue chegar à Primeira Liga em quatro, cinco anos como ele fez, estou convencido que mais um ou dois anos e poderá chegar mesmo ao topo».

Para Andrade só «um grande líder» pode colocar o Paços de Ferreira no terceiro lugar.

Curiosamente o ex-jogador está agora a treinar o Odivelas, o cargo que um dia já pertenceu a Paulo Fonseca.