A data de 7 de fevereiro é simbólica para Bruno de Carvalho, conforme o próprio o disse esta quinta-feira no anúncio de que seria, pela segunda vez, candidato à presidência do Sporting. «É o início de uma jornada onde assumi a responsabilidade de deixar de ser sócio anónimo para servir de forma ativa este grande clube».

Algumas coisas mudaram em relação a esse dia, outras, por coincidência, ou não, apresentam semelhanças, como o caso, de mais uma vez, ser o segundo a apresentar candidatura. Em 2011, Braz da Silva foi o primeiro. Este ano, Carlos Severino, do Movimento SOS Salvar o Sporting.

Nesse dia, a 7 de fevereiro de 2011, uma segunda-feira, Bruno de Carvalho era mais um sócio, «um anónimo», que se apresentava como candidato à presidência do Sporting, depois da demissão de José Eduardo Bettencourt. Na conferência, aberta a perguntas, falou dos projetos. Ficou como ‘prato forte’ desse momento a pretensão de «criar um fundo de investimento de 50 milhões».

«É um fundo fechado, com 50 sócios e cada um dá um milhão de euros, perfazendo os 50 milhões. Quando tiver os 50 sócios, vão estar ao meu lado», disse na altura.

Bruno de Carvalho captara as atenções sobre si e também nessa conferência deixou claro que a candidatura era para levar até ao final. E levou, perdendo na manhã de 27 de março, depois de uma longa noite de recontagens, para Godinho Lopes.

Esta quinta-feira, 7 de fevereiro de um outro ano, Bruno de Carvalho já não é o sócio anónimo. É o candidato que deu luta em 2011 e que saiu derrotado apenas por 370 votos. A postura é outra e já não necessita dar-se a conhecer. O discurso já não tem nenhuma declaração ‘bombástica’ e neste dia 7 de fevereiro apenas leu o seu discurso, sem direito a perguntas. Há na sua postura mais confiança, de quem tem sabe para o que vai.

Desta vez já não pede «união». «Não pedimos união, pedimos confiança! A união proporcionada pelo nosso amor pelo Sporting já existe». Não fala especificamente da forma como irá injetar dinheiro. «Saberemos encontrar e aprofundar novas parcerias financeiras que permitam a entrada de capital na SAD mantendo o Sporting como detentor da respetiva maioria».

Bruno de Carvalho, 41 anos, tem novamente oportunidade de ser presidente do Sporting e perfila-se como o mais forte candidato a suceder a Godinho Lopes, que o derrotou em 2011.