Em dez anos como presidente do Sporting de Braga, que se cumprem no domingo, António Salvador elevou o clube minhoto ao topo do futebol português e conseguiu os melhores resultados de sempre da sua história.
Tendo iniciado o seu primeiro mandato a 24 de fevereiro de 2003, com apenas 32 anos, António Salvador transformou o Braga num clube saudável financeiramente e dotou-o de capacidade - e ambição - para lutar com os tradicionais "três grandes", Benfica, FC Porto e Sporting.
Treinadores como Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus, Domingos Paciência ou Leonardo Jardim e jogadores como João Vieira Pinto, Hugo Viana, João Pereira, Nuno Gomes, Alan, Vandinho, Mossoró ou Lima atestam bem o crescimento do Braga neste decénio, período em que o clube atingiu os seus melhores resultados de sempre.
Em 2009/10, sob o comando de Domingos Paciência, ficou mesmo às portas de se sagrar campeão nacional, o grande sonho de Salvador. A equipa lutou até à última jornada com um “super-Benfica” de Jorge Jesus e, pela primeira vez na sua história, ficou em segundo lugar no campeonato.
Na época seguinte, depois da estreia na Liga dos Campeões, os minhotos seguiram para a Liga Europa e só pararam na final, tendo ultrapassado "tubarões" como o Liverpool, Dínamo de Kiev e Benfica, este nas meias-finais.
Em Dublin, a 18 de maio de 2011, numa inédita final totalmente portuguesa, os “arsenalistas” soçobraram para o FC Porto de André Vilas Boas (1-0).
Este desenvolvimento entronizou o Braga como um dos "grandes" do futebol nacional, tendo mesmo levado António Salvador, no início desta temporada, a posicionar o clube como a "terceira força desportiva" do país, por troca com um Sporting em permanente crise.
Mas quando chegou, a meio da temporada 2002/03, o Braga ainda era o "Braguinha" e a 14.ª posição final (em 18 clubes) era reflexo disso.
Na época seguinte, contudo, a melhoria foi já evidente: a equipa subiu nove posições e terminou no quinto lugar, com respetivo acesso às competições europeias, que repete sucessivamente desde então.
O quarto lugar em 2004/05, 2005/06 e 2006/07, igualando a até então melhor classificação de sempre, trouxe a estabilidade desportiva, embora a temporada seguinte tenha sido complicada, com três treinadores e um sétimo lugar.
Jorge Jesus chegou depois à "Pedreira" e a equipa alcançou um patamar exibicional e competitivo que não mais abandonou: ficou em quinto lugar no campeonato, encantou na Liga Europa e conquistou a Taça Intertoto.
Um ano depois da temporada histórica de 2009/10, foi nas competições europeias que a equipa se destacou, com a brilhante caminhada na Liga Europa e já na última época, com Leonardo Jardim, os minhotos voltaram ao pódio na Liga, terminando na terceira posição e voltando à "Champions".
A "mancha" é a ausência de títulos, com a exceção da última edição da Taça Intertoto, prova menor da UEFA, sendo que essa conquista premeia a equipa que mais longe chegou na Liga Europa nesse ano (depois de se ter qualificado através da referida competição) e não uma vitória numa final.