O Benfica vai abrir seis escolas de formação de futebol na Índia após o acordo com um investidor indiano de Mumbai, disse hoje aos jornalistas Nuno Gaioso Ribeiro, vice-presidente do clube.

«Vão ser escolas que vão ter a marca Benfica e o Benfica além de ceder a marca, vai ceder a sua capacidade técnica, o seu conhecimento de formação e capacitação técnica, envolvendo recursos residentes na Índia mas também fazendo a formação de treinadores indianos para que isto seja sustentável a longo prazo dentro do mercado indiano», disse Nuno Gaioso Ribeiro.

Para o responsável do Benfica, «não há um objetivo imediato do clube conseguir receitas de um ano para o outro», mas conseguir que o Benfica seja um clube mais conhecido e reconhecido no mercado indiano».

«Certamente que o retorno financeiro do projeto aparecerá mais tarde dentro da Índia. Vamos ter de ser pacientes, isto não é um processo rápido mas é um processo em que, se a marca Benfica tiver dez a vinte por cento no mercado indiano pode ser muito significativo para o clube, por exemplo, em ‘sponsorship’».

O desporto nacional na Índia é o cricket mas, para o investidor indiano, é altura de o país começar a apostar no futebol, sobretudo junto das gerações mais jovens.

«O futebol é uma atração nas novas gerações que está a crescer, mas não há infraestruturas que consiga treinos de alta classe. Não há heróis, não há estrelas e não há equipas nacionais e é tempo de começar», disse Gaurav Modwell, da direção da India on Track, uma empresa de Mumbai que, após ter contactado vários clubes europeus, escolheu o Benfica para parceiro nas primeiras seis escolas de formação.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que esteve presente na assinatura do acordo, a internacionalização potencia o nome de Portugal do ponto de vista global.

«O desporto, o futebol, os clubes e a seleção dão visibilidade à imagem de Portugal, dão popularidade à marca Portugal, dão prestígio num mundo global», disse Paulo Portas.

Para Paulo Portas, «faz sentido um clube internacionalizar-se na Índia», sobretudo num caso de «uma marca portuguesa».

«Há um investimento do lado da Índia, formação do lado português junto de um dos maiores países do mundo», concluiu Paulo Portas, que se encontra em Mumbai, a capital financeira da Índia, após a deslocação a Nova Deli.