O presidente do Gil Vicente, António Fiúza, admitiu hoje ser um acérrimo defensor do alargamento da I Liga de futebol e acredita que esta proposta irá vingar na Assembleia Geral extraordinária de sábado.

«Sempre fui a favor do alargamento e se o acórdão deu razão ao Boavista é justo que se reponha o clube na I Liga», disse à agência Lusa António Fiúza, acrescentando não ter dúvidas de que os clubes votarão favoravelmente a proposta.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) vai propor, em Assembleia Geral extraordinária, a realizar no sábado, o alargamento da principal divisão, para acolher o Boavista e uma 18.ª equipa, a apurar numa prova do género “liguilha”.

«Vejo esta proposta de uma forma muito positiva, já que qualquer clube pequeno/médio faz cerca de 36 jogos por época e o ano tem 52 semanas. O tempo de paragem é muito», defende o presidente gilista.

Ainda de acordo com António Fiúza, «os sócios dos clubes gostam de ver é jogos de futebol e não treinos, portanto há que dar mais competição aos jogadores. Em indústria nenhuma se dá tanto tempo de férias como na do futebol».

«O que é salutar no futebol é a competição, quantos mais jogos se disputar melhor. Costumo dizer que o treino é um aperfeiçoamento ao jogo em si, mas em Portugal é o contrário», argumentou.

António Fiúza acredita que a maioria dos clubes vai votar a favor até porque «se o tribunal entendeu que o Boavista nunca devia ter saído da I Liga é uma justiça que se faz a um clube histórico».

E o presidente gilista recorda e traça um paralelismo com o “caso Mateus”, que esteve na base da despromoção do clube de Barcelos, dizendo que ainda está à espera que seja feita justiça.

«Acredito que quando a decisão principal sair, o Tribunal não terá outra alternativa que repor o Gil Vicente na I Liga com as indemnizações devidas. Só que nós já cá estamos [I Liga]», reconheceu.

Mas para o presidente gilista, que espera que o clube de Barcelos se mantenha muitos anos na I Liga, se o Gil Vicente não estiver no primeiro escalão quando o acórdão do “caso Mateus” sair e for favorável ao clube, «então terá que haver novo alargamento, não para 18, mas para 20 clubes».

Apesar da difícil posição em que o Gil Vicente se encontra na tabela classificativa da I Liga, em lugar de despromoção (15.º a dois pontos do último), António Fiúsa conta que o Gil Vicente não se veja obrigado a participar na futura “liguilha”.

«Espero não estar nesta ‘liguilha’, mas para umas seis ou sete equipas tudo pode acontecer. Espero começar a ganhar e sair da zona de risco o mais rápido possível», adiantou António Fiúza.

Segundo a proposta a apreciar sábado pelos clubes profissionais, a 18.ª vaga será encontrada através da disputa de um mini-torneio no final da época, envolvendo o 15.º e o 16.º classificados da I Liga e o terceiro e o quarto classificados da II Liga, excetuando as equipas B.

Essa prova, caso seja aprovado o regime extraordinário de preenchimento de vaga, disputa-se por eliminatórias, sendo a primeira jogada entre o 15.º classificado do primeiro escalão e o quarto do segundo e o 16.º da I Liga e o terceiro da II Liga.

Os vencedores desses dois jogos defrontam-se numa segunda eliminatória final, cujo vencedor garantirá a 18.ª vaga no campeonato principal.

A proposta da LPFP, liderada por Mário Figueiredo, sustenta, de forma exclusiva, a obrigatoriedade do organismo em «executar as deliberações dos órgãos de justiça e disciplina desportivas proferidas no âmbito das matérias das suas atribuições e competências», constantes nos seus estatutos.

Isto é, a reintegração do Boavista, ditada a 21 de fevereiro pelo Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol, terá de ser aplicada pela LPFP, enquanto organismo que gere e organiza os campeonatos profissionais.