O presidente da Oliveirense, José Godinho, defendeu hoje o alargamento da I Liga de futebol, de que é defensor, como uma forma de proporcionar mais jogos às equipas que habitualmente ficam fora das competições da UEFA. Em causa está a proposta que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) vai apresentar sábado em Assembleia Geral extraordinária, no sentido de alargar a I Liga a 18 clubes, para acolher o Boavista e uma equipa a apurar numa prova do género “liguilha”.

«Fui sempre defensor do alargamento, porque entendo que a I Liga deve ter 18 equipas no mínimo, para dar mais futebol e mais jogos aos clubes que estão sempre fora das competições europeias», defendeu à agência Lusa o presidente da Oliveirense, da II Liga.

E um exemplo disso, continua José Godinho, é o atual formato competitivo da II Liga, que com a integração das equipas B foi alargada a 22 clubes, envolvendo um total de 42 jornadas por época. «Nas cidades em que há equipas a participar na II Liga há futebol quase sempre de forma permanente. Temos verificado um aumento de adesão do público aos jogos, porque já estão habituados a ver futebol. Parece quase como Inglaterra», justificou.

José Godinho adiantou que ainda não conhece ao pormenor a proposta que irá ser submetida a votação, mas que será sempre a favor do alargamento. «Só lamento que possa haver alguma incoerência de algumas pessoas que na altura da discussão do alargamento entenderam que não devia acontecer, mas que agora, por necessidades extraordinárias, já estarão de acordo que haja alargamento», disse.

Quanto à possibilidade de a Oliveirense aspirar a marcar presença na “liguilha”, caso venha a ser aprovada e o clube de Oliveira de Azeméis se classifique para tal, José Godinho disse que esse não era um objetivo.

«A Oliveirense este ano está a fazer um campeonato tranquilo e acima das suas possibilidades, porque quem cortou no seu orçamento quase 35 por cento e consegue estar a fazer a prova que está a fazer tem que ter algum mérito», disse José Godinho.

A Oliveirense segue no oitavo lugar da tabela da II Liga, a quatro pontos do terceiro classificado, o Leixões, e a três do quarto, o Desportivo das Aves, que ocupam presentemente os lugares que darão acesso à virtual “liguilha”.

Para José Godinho, «a Oliveirense está muito bem e tudo o que venha acima disso é extraordinário, um milagre mesmo».

O presidente da Oliveirense recordou ainda a proposta de alargamento idealizada há um ano por ele e pelo presidente do Gil Vicente, António Fiúsa.

«O alargamento da forma como eu e o António Fiuza tínhamos desenhado era muito importante não só para o alargamento da I Liga a 18 equipas, como também pelas subidas e descidas de três clubes», defendeu José Godinho.

De acordo com o presidente da Oliveirense, as três subidas e as três descidas, entre a I Liga e a II Liga, iriam permitir a um maior número de clubes aceder ao escalão principal.

Esta proposta, de acordo com José Godinho, iria possibilitar, por exemplo, a um maior número de clubes melhorar os seus estádios, «como aconteceu com o Feirense, Olhanense e Portimonense... era tudo para o bem do futebol».

Segundo a proposta a apreciar sábado pelos clubes profissionais, a 18.ª vaga será encontrada através da disputa de um mini-torneio no final da época, envolvendo o 15.º e o 16.º classificados da I Liga e o terceiro e o quarto classificados da II Liga, excetuando as equipas B. Essa prova, caso seja aprovado o regime extraordinário de preenchimento de vaga, disputa-se por eliminatórias, sendo a primeira jogada entre o 15.º classificado do primeiro escalão e o quarto do segundo e o 16.º da I Liga e o terceiro da II Liga.

Os vencedores desses dois jogos defrontam-se numa segunda eliminatória final, cujo vencedor garantirá a 18.ª vaga no campeonato principal.