A alteração do nome do estádio do Paços de Ferreira de Mata Real para Capital do Móvel foi aprovada pela maioria dos sócios, no decorrer da Assembleia-geral (AG) de quarta-feira do clube da I Liga de futebol.

Na reunião magna, o presidente pacense, Carlos Barbosa, assumiu ter existido «alguma precipitação» da direção, apesar do cuidado de salvaguardar a vontade máxima dos sócios, a quem entregou a responsabilidade de ratificar o protocolo já estabelecido com a autarquia pacense e a associação empresarial local.

«Sentimo-nos na obrigação de retribuir tudo aquilo que a câmara fez pelo clube e as ajudas dos empresários», disse Carlos Barbosa, considerando que se tratou de «um protocolo de boas intenções».

Segundo ficou estabelecido no protocolo agora ratificado, a autarquia e a associação empresarial comprometem-se a tentar angariar 500 sócios de empresa, cujo cartão terá um custo anual de 150 euros, o que representará, na melhor das hipóteses, uma receita extra de 75 mil euros por época.

A questão levantada por alguns associados, e confirmada pelo dirigente, é que «não há garantias de receitas» durante os três anos de vigência do protocolo.

«Não fico minimamente melindrado se os sócios entenderem que não deveremos fazer [este protocolo], porque o clube é dos sócios», sublinhou Carlos Barbosa, admitindo sempre a possibilidade de, no final dos três anos, se retomar o nome original do estádio.

O dirigente pacense, que ponderou apresentar a demissão e forçar eleições, tendo em vista a constituição, até ao dia 01 de maio, de uma sociedade unipessoal por quotas, aproveitou também para dizer que não pode garantir obras no estádio se não tiver os apoios necessários.

«Temos a Liga Europa praticamente garantida e gostávamos imenso de poder jogar em nossa casa, mas, não posso garantir nada, sem garantias ou os apoios necessários», explicou.

O tema dominou grande parte das quase três horas de duração da AG, que teve como principal ponto da ordem de trabalhos a aprovação (por unanimidade) do novo modelo de gestão do clube, e dividiu os cerca de cem associados presentes no auditório da Associação Empresarial de Paços de Ferreira.

A alteração do nome do estádio é um ato de gestão, que isenta a direção de levar o assunto a AG, mas a sensibilidade da questão fez com que os associados fossem consultados.