O ex-candidato às eleições do Sporting, Carlos Severino comentou o atual braço de ferro entre a direção de Bruno de Carvalho e os dois bancos parceiros do emblema de Alvalade nas negociações para a reestruturação da dívida.

Em declarações ao SAPO Desporto, Carlos Severino não se mostrou surpreendido com o atual impasse nas negociações entre a direção de Bruno de Carvalho e a banca, e relembrou que, nas últimas eleições presidenciais do Sporting «não venceu o candidato da banca».

«De facto havia um candidato da banca, o candidato da continuidade. Houve sempre uma perspectiva que esse candidato reunia as melhores condições para aqueles que eram credores, e ficou sempre evidente que os credores estariam disponíveis para o apoiar», confidenciou Carlos Severino ao SAPO Desporto.

Questionado sobre a possibilidade de Bruno de Carvalho não ter condições para dirigir o Sporting devido à intransigência da banca em negociar com o atual presidente, o ex-candidato leonino garantiu que «as eleições não foram inconsequentes» e que valeram para «demonstrar que os sócios não quiseram o candidato da banca».

«Não me surpreende que haja todo este imbróglio porque não ganhou o candidato da continuidade, porque há muitos interesses a serem defendidos que não são os interesses do Sporting, interesses de pessoas que têm passado pelo Sporting, interesses de pessoas que continuam a ter negócios dentro do Sporting e que não lhes interessa que apareça alguém que modifique a situação e que tente resolver a situação de outra maneira. E eu estou absolutamente convencido que esta direção quer resolver os problemas, quer resolver os problemas com os sócios mas terá muitas dificuldades em resolvê-los tal como eu teria se eventualmente tivesse vencido as eleições», atirou Carlos Severino em relação às dificuldades que a direção de Bruno de Carvalho está a encontrar para trabalhar normalmente.

O candidato da lista A nas última eleições considerou ainda que os sócios têm de se unir em torno da nova direção do Sporting, de forma a defender a independência do emblema de Alvalade dos interesses que têm sido prejudiciais para um clube centenário.

«Os sócios também têm a sua responsabilidade e têm de ajudar esta direção a resolver o problema, porque se a banca tiver um comportamento que não seja o de querer reestruturar a dívida, de querer de facto que o Sporting comece, finalmente, a libertar-se desse garrote, que é a dívida bancária, e se a banca também não quiser ajudar, então a banca que fique com o Sporting, Pois se a banca não quer que as soluções que são apresentadas sirvam para resolver o problema, portanto, se quer outro candidato, se não quer esta direção e que só trabalha com aqueles que fizeram com que o Sporting esteja neste estado, então que banca assuma isso», sentenciou Carlos Severino ao SAPO Desporto.