O Benfica chega domingo ao dérbi caseiro com o rival Sporting, da 26.ª jornada da I Liga de futebol, com o título na mira, naquele que tem sido o melhor percurso da equipa na “era” Jorge Jesus.
Os dados são abonatórios para as “águias”, num momento em que estão em três frentes: lideram a I Liga, quatro pontos à frente do FC Porto, e estão nas meias-finais da Liga Europa (com o Fenerbahçe) e na final da Taça Portugal (Vitória de Guimarães).
No campeonato, Jesus tem o melhor registo desde que chegou ao clube, em 2009/2010, mas isso de pouco servirá para o técnico se não repetir o feito da sua estreia, em que conseguiu levar a equipa ao título de campeã.
O percurso até tem sido melhor do que o verificado nessa ocasião: há três anos, a equipa tinha mais seis pontos do que o Sporting de Braga, mas com 20 vitórias, quatro empates e uma derrota (65 golos marcados e 14 sofridos).
Esta temporada, tem 21 triunfos e quatro empates, todos a dois golos: com Braga e FC Porto em casa e fora com Académica e Nacional, embora lidere “apenas” com quatro pontos de vantagem sobre o FC Porto. Em relação à época “campeã”, tem mais três golos marcados (68) e mais um sofrido (15).
Para lembrar a última derrota da equipa no campeonato é preciso recuar à época passada, até 09 de abril de 2012, quando perdeu precisamente frente ao Sporting, mas dessa vez numa visita ao Estádio José Alvalade (1-0).
Desde então, os “encarnados” protagonizam uma sequência de 29 jogos sem perder para o campeonato e a nível interno – embora as “águias” tenham sido eliminadas nas penalidades da Taça da Liga com o Braga (0-0, 3-2 nos penáltis) - o registo chega aos 40 jogos (somando mais cinco na Taça da Liga e seis na Taça de Portugal).
A “magia” do Benfica continua a ter o cunho do seu técnico, que tem sido capaz de inventar soluções – Enzo Perez é bem exemplo disso - e de montar uma equipa muito ofensiva, com um ataque recheado de soluções.
O avançado Lima (15 golos), contratado ao Sporting de Braga, tornou-se o par perfeito de Cardozo (15), enquanto no banco ainda existe Rodrigo (sete golos), já sem esquecer os velozes alas Salvio (nove), Gaitán (três) ou Ola John.
O Benfica deu-se ao luxo de prescindir no mercado de inverno de Nolito (emprestado ao Granada) e Bruno César (emprestado ao Al-Ahli Jeddah), num plantel que não acusou as baixas a meio-campo verificadas no início da temporada.
As vendas de Javi Garcia e Witsel pareciam deixar a equipa sem soluções, com o mercado fechado, mas Jorge Jesus transformou o extremo Enzo Perez num “8” de “primeira água” e deu a titularidade a Matic, o único “6” à sua disposição.
O sérvio, que estivera sempre tapado pelo espanhol, cresceu e mostrou-se um futebolista crucial: forte a defender, com sentido de espaço e capaz de conduzir em alto nível o jogo “encarnado” nas saídas para o ataque.
A época poderá ser de “sonho”, como já disse o treinador “encarnado”, e o primeiro dos grandes testes é já no domingo, com o Benfica a "precisar" de manter a vantagem de quatro pontos antes de visitar o FC Porto, no Estádio do Dragão (à 29.ª jornada).
A receção ao Sporting e a visita ao Marítimo, nos Barreiros, onde o FC Porto empatou, na ronda seguinte, são fundamentais na definição do que será realmente a época do Benfica, e numa fase em que o clube encontrará, entre esses jogos, os turcos do Fenerbahçe, em busca da sua nona final europeia.