Toni foi jogador e treinador do Benfica. Levantou troféus nos dois papéis e em entrevista ao SAPO Desporto afirma que o Benfica não vive de «vitórias morais». Ainda assim, não consegue deixar de elogiar a equipa encarnada que ontem perdeu a final da Liga Europa.

«O Benfica fez uma grande primeira parte e teve ocasiões para ganhar, não um, mas dois jogos. No entanto foi batida por uma equipa coletivamente inferior e que teve a felicidade de resolver o jogo da forma que vimos. Não há vitórias morais, mas houve um Benfica que em quatro dias assumiu uma atitude diferente, olhando nos olhos o adversário. Perdemos mas ficou a imagem de um clube com uma grande dimensão e adeptos fantásticos.»

Em quatro dias o Benfica praticamente perde duas competições – Liga Europa em definitivo e o campeonato poderá “fugir” no fim de semana – com dois golos sofridos nos descontos. Toni não encontra explicação, mas rejeita também que a falta de sorte seja justificação suficiente.

«Nós que estamos no sofá e na bancada temos sempre as soluções. Há fatores que o futebol tem e que fazem com que num espaço de quatro dias se jogue uma época, mas não podemos ficar apenas agarrados à sorte. São momentos de alguma crueldade, pois é o esforço de toda uma época», sublinha o ex-treinador encarnado, que acrescenta que apesar do fracasso não pode esquecer-se toda a época realizada pelas águias:

«Não se pode apagar uma época em relação à qualidade que a equipa do Benfica teve e relativamente ao trajeto que fez na Europa e no campeonato. Mas também não se pode esconder que a história do Benfica é feita de títulos e nesse sentido pode falar-se num amargo de boca e que deixa sequelas.»

Já este domingo, o Benfica pode voltar a falhar a festa caso o FC Porto confirme o título de campeão nacional. Toni acredita que é possível ao Benfica ultrapassar o rival, mas que tal é muito menos provável agora, já que o Benfica não depende de si.

«Quando dependemos de nós acreditamos muito mais. Já quando dependemos de terceiros torna-se complicado. Há 90 minutos para serem jogados e acredito no sentido profissional do Paços de Ferreira, mas o FC Porto depende de si e o Benfica não.»

No rescaldo do desaire europeu, Jorge Jesus admitiu que vai ter de repensar a sua continuidade na Luz. Toni percebe as palavras «a quente» do colega, mas defende que este deve continuar o bom trabalho que tem feito nas águias. Em última análise, sustenta, «é ele que tem de decidir se tem ou não condições»:

«Há uma grande identificação e cumplicidade entre Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira. Da parte de Luís Filipe Vieira não há dúvidas quanto à sua escolha. O que acontece é que Jorge Jesus neste momento pode pensar que o seu ciclo terminou e deseje partir para outro desafio. Mas não tenho dúvidas que o futuro de Jesus há muito está definido com Vieira. Cabe a Jesus agora tomar a decisão de continuar ou não, ponderando o que é melhor para ele e para o Benfica», termina.

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