O presidente da Académica, José Eduardo Simões, considerou hoje que a constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) é um passo num «futuro melhor» do clube, que milita há 12 anos consecutivos na I Liga de futebol.
Antes da apresentação da proposta aos sócios, o dirigente academista salientou aos jornalistas que «a mais valia da SAD é a melhor organização de toda a estrutura da Académica, com a capacidade de integração e agregação de forças que, neste momento, representam apenas quintas (Universidade, Coimbra, Câmara), cada uma com a sua força própria».
«E se estas entidades, os sócios e a Académica estiverem todos unidos no mesmo espaço vamos ter uma força motor, uma bandeira de Coimbra de extrema relevância», sublinhou José Eduardo Simões, que, no sábado à noite, no final do jogo com o Paços de Ferreira (1-1), ameaçou que haveria «consequências» se os sócios não subscrevessem a proposta.
Hoje, o líder da "Briosa" não quis comentar essas afirmações e salientou que os sócios terão oportunidade de se pronunciar «em consciência», no dia 25 de maio, rejeitando que a opção tomada seja uma «vitória ou derrota».
Segundo José Eduardo Simões, «haverá que esperar pelo que os sócios decidirem e depois refletir sobre a sua escolha».
«Há uma proposta que consideramos ser claramente melhor para a Académica», disse o presidente dos "estudantes", considerando que «é muito claro o regime fiscal para uma SAD e muito escuro tudo o que é relacionado com uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ)», a outra alternativa possível.
Por seu lado, Américo Duarte, diretor executivo da empresa Efapel, patrocinadora da "Briosa", defendeu que a constituição de uma SAD é «a única opção para ter o sonho e a ambição de ter uma boa sociedade a gerir a Académica».
Uma SAD «é próprio de empresas que têm alguma ambição, é uma forma de estar mais perto dos grandes, enquanto uma SDUQ está mais associada a entidades sem grandes objetivos, sem grandes pretensões, e nós temos de estar perto e sonhar com os grandes».
«A Académica tem um capital enorme que não pode ser desperdiçado pensando muito baixo com uma SDUQ, isso é pensar numa entidade sem ambição e nós temos de procurar ter uma organização própria dos grandes clubes para sonhar alto», sublinhou.
Para Álvaro Dâmaso, administrador do Montepio Geral, outros dos intervenientes na sessão de apresentação da proposta aos sócios academistas, considerou que a constituição da SAD «é uma necessidade e é sempre positiva» e rejeitou a descaraterização do clube.
«A SAD permite o concurso e o contributo de várias pessoas e uma relação mais estreita com todos aqueles que se relacionam com uma empresa ou uma atividade», referiu o advogado, considerando que esta opção permite «transparência, gestão eficiente, profissionalização sem descaraterização da atividade, porque o clube continua a existir».