Um histórico e um estreante. Belenenses e Arouca têm em comum a grande época que fizeram na II Liga e que lhes deu a merecida promoção à primeira divisão. No entanto, os dois emblemas não podiam ser mais diferentes.

Com 94 pontos em 42 jogos, o clube do Restelo assinou uma campanha memorável sob a orientação do treinador holandês Mitchell Van der Gaag. O título de campeão da II Liga assenta bem a um conjunto de jogadores que esteve quase seis meses invicto e conseguiu festejar a proeza a nove jornadas do fim… com uma derrota.

Num ano de forte contenção de despesas, os azuis apostaram num recrutamento interno cirúrgico e construíram uma equipa com E maiúsculo, se assim se pode dizer. Sem grandes estrelas, mas com a força de um coletivo solidário e talentoso. Porém, há a destacar o mérito do técnico Van der Gaag, que se apoiou numa estrutura de jogadores de referência, como o guardião Matt Jones, o defesa Duarte Machado, o médio Filipe Ferreira e o avançado Tiago Caeiro, entre outros elementos do plantel.

O Belenenses volta assim para defender o seu estatuto de histórico do futebol português.

Já o Arouca conseguiu assegurar uma presença inédita na 1ª Divisão, culminando assim uma ascensão meteórica para um clube que ainda em 2006/07 militava nos Distritais. A entrada em cena do presidente Carlos Pinho, em junho de 2006, marca a viragem no rumo do clube. Uma nova ambição e uma subida verdadeiramente galopante nos escalões nacionais são o rosto dessa mudança.

Em 2011/12, o clube da região de Aveiro apenas conseguiu salvar-se da despromoção da II Liga na penúltima jornada. Um feito assinado pelo treinador Vítor Oliveira, o mesmo que agora está na base da promoção à divisão maior do futebol português. Mestre em subidas à I Liga – afinal, já o conseguiu noutras cinco equipas (P. Ferreira, Académica, Leixões, U. Leiria e Belenenses) -, este técnico de 59 anos pondera agora abraçar um novo desafio.

Para a realização do sonho do Arouca também foi decisivo o papel do brasileiro Joeano. Avançado experiente (33 anos), este brasileiro que já passou pela Académica e Vitória de Setúbal contribuiu com 24 golos para o feito histórico do Arouca.

Em 2013/14, estes dois emblemas têm a dura missão de provar que a sua subida não é apenas uma breve passagem e que vêm mesmo… para ficar.