O Núcleo de Veteranos da Académica defendeu hoje a constituição de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) como a «única forma» de salvaguardar a identidade e a história do clube de futebol dos "estudantes".

«A SDUQ é, em nosso entender, a única forma de preservar a identidade e a integridade de uma história que é única no desporto nacional e foi construída ao longo de décadas», disse hoje Frederico Valido, presidente do núcleo, em conferência de imprensa.

Os sócios da "Briosa" votam no próximo sábado a constituição e o modelo de uma sociedade desportiva, numa assembleia-geral extraordinária que vai decorrer entre as 10h00 e as 20h00, em que a proposta da direção assenta na constituição de uma SAD.

De acordo com o novo regime jurídico das sociedades desportivas, todos os clubes que pretendam participar nos campeonatos profissionais de futebol terão de concluir, até final de maio, o processo de constituição de uma SAD ou de uma sociedade unipessoal por quotas.

Segundo o Núcleo de Veteranos, que, pela primeira vez, em 35 anos de existência, toma posição pública sobre o clube, «na SAD, os valores que a norteiam, não são necessariamente os da Académica, aqueles que animam quem sempre viveu o seu ideal, mas sim os do interesse pessoal de quem manda pelo número de ações que possui».

Numa conferência de imprensa, em que marcaram presença sócios como Santos Cabral, ex-diretor nacional da Polícia Judiciária, ou Francisco Andrade, presidente da Junta de Freguesia dos Olivais (a maior de Coimbra), o núcleo alertou ainda o facto de, a dois dias da escolha, a direção ainda não ter informado quais seriam os acionistas da Académica, nem a distribuição das percentagens, em caso da opção recair numa SAD.

Na segunda-feira, o Movimento Académica 100% dos Sócios lançou um manifesto a favor da criação de uma SDUQ, por considerar que é o modelo em que «o capital social é representado por uma quota única e indivisível, detida integral e exclusivamente pelo clube fundador, que não poderá aliená-la a terceiros».

«A opção por uma SDUQ é, na nossa perspetiva, a melhor opção, pois a titularidade exclusiva do capital social pelo clube fundador é a única que permite garantir a preservação da identidade de um clube sem paralelo no futebol nacional, identidade que seria diluída numa sociedade anónima desportiva», refere o documento.

O presidente da direção da Académica, José Eduardo Simões, considerou que a constituição de SAD é um passo num «futuro melhor» do clube, que milita há 12 anos consecutivos na I Liga de futebol.

O dirigente academista salientou que «a mais-valia da SAD é a melhor organização de toda a estrutura da Académica, com a capacidade de integração e agregação de forças que, neste momento, representam apenas quintas (Universidade, Coimbra, Câmara), cada uma com a sua força própria».

Américo Duarte, diretor executivo da empresa Efapel, principal patrocinadora da "Briosa", defendeu que a constituição de uma SAD é «a única opção para ter o sonho e a ambição de ter uma boa sociedade a gerir a Académica».

Uma SAD «é próprio de empresas que têm alguma ambição, é uma forma de estar mais perto dos grandes, enquanto uma SDUQ está mais associada a entidades sem grandes objetivos, sem grandes pretensões, e nós temos de estar perto e sonhar com os grandes».

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