A Liga Portuguesa reuniu-se esta sexta-feira em Lisboa com os clubes para debater novos modelos e quadros competitivos para o futebol profissional, que dentro de um mês serão escolhidos e apresentados em Assembleia Geral.

«Até final deste mês teremos uma ideia concreta do modelo que mais se adeque à nossa realidade. Teremos mais duas reuniões, a próxima no dia 19, e depois apresentá-lo-emos para aprovação em Assembleia Geral da Liga, antes de o remetermos para apreciação da FPF», disse à agência Lusa o presidente da Mesa da Assembleia Geral daquele organismo, Carlos Pereira.

Ao todo realizaram-se três reuniões que permitiram alguns avanços, segundo Carlos Pereira: «Avançou-se muito até agora. Houve gente que entrou aqui e não percebia nada disto e que saiu daqui a saber qual o caminho a trilhar. São modelos que têm uma base científica e económica, produto de teses de doutoramento e mestrado, testados e aplicados noutros países com sucesso e com eficácia em termos de negócio».

A Liga contratou uma empresa holandesa, a Hypercube, responsável pelo modelo da Liga Europa e das Ligas da Holanda e da Bélgica, entre outros, e que veio aportar o seu conhecimento e experiência nesta área para encontrar um modelo competitivo que se adapte à realidade portuguesa.

«É uma empresa muito qualificada, com um trabalho científico de enorme valor, bem-sucedido noutros países e que nos vieram ajudar a definir um modelo com potencial para ser aplicado com sucesso em Portugal, com base na sua experiência», referiu Carlos Pereira, para quem a discussão que se gerou foi «muito interessante e elogiada por todos os clubes, nomeadamente pelo FC Porto e pelo Benfica».

Definiram-se os princípios e as regras e foram os próprios clubes, de acordo com Carlos Pereira, «a montar e a fazer as suas experiências com vários sistemas que apresentaram» e que foram inseridos numa tabela Excel «devidamente programada com uma série de premissas e médias ponderadas de modo a obter resultados imediatos».

Questionado sobre o número de clubes proposto nos modelos que foram debatidos para a Liga principal, o dirigente da Liga não quis entrar em detalhes.

«Não vale a pena dizer se são doze, quinze ou dezoito, temos primeiro de ver qual a fórmula mais rentável, que possa trazer mais gente aos estádios. O futebol é o único setor de atividade que faz gerar dinheiro, que é produtivo, que está no ‘top-10’ da Europa e que é preciso saber gerir e saber estar nele de modo a não estragar o que temos», afirmou.

Carlos Pereira considera que a necessidade de definir um modelo que tenha sucesso em Portugal passa por «estratificá-lo em fatias, de modo a que cada uma contenha itens que decorrem da realidade social, económica e das especificidades do nosso futebol, que são distintas dos outros países».

Outro aspeto que se relaciona com a definição de um novo quadro competitivo tem a ver com a integração do Boavista na Liga principal. Carlos Pereira acredita que será possível encontrar um modo de alcançar esse objetivo: «Uma vez que temos de alterar, vamos fazê-lo de modo a reintegrar o Boavista e aportar para o sistema uma série de mais-valias».

Presentes na reunião de hoje, que decorreu no Palácio Foz, estiveram todos os clubes da Liga principal, incluindo o FC Porto, o Benfica e o Sporting, com exceção do Nacional e o Olhanense.