O Vitória de Guimarães vai reunir no sábado em assembleia-geral (AG) para discutir e votar o orçamento anual do clube para 2013/14, que prevê um resultado líquido negativo de cerca de 275.000 euros.

Segundo dados fornecidos no seu sítio oficial na internet, os responsáveis vitorianos preveem receitas de 1,654 milhões de euros, 600 mil dos quais provenientes do pagamento de uma renda ao clube pela recém-criada SAD para o futebol profissional.

As despesas ascendem aos 405.000 euros, sendo que o Conselho Fiscal (CF) «considera que existe uma forte possibilidade de derrapagem» decorrente, sobretudo, do incumprimento por parte das modalidades.

A contribuir decisivamente para o resultado negativo esperado estão as amortizações e depreciações no valor de cerca de 1,1 milhões, assim como o pagamento de juros e rendimentos similares (um pouco mais de 363.000 euros).

Por unanimidade, o CF deu parecer positivo ao orçamento, o primeiro após a constituição da Sociedade Anónima Desportiva (SAD), que, «como tal, assume-se como um pilar fundamental da história» do Vitória, refletindo "uma reorientação da missão e da visão do clube".

Deixando elogios ao elenco diretivo liderado por Júlio Mendes, o órgão frisa, contudo, que «as exigências de capital que serão necessárias para continuar o longo e árduo caminho de redução do passivo tornam essencial manter uma gestão de grande contenção».

O CF estima que as necessidades financeiras para a próxima época para pagamento de dívida decorrente do PEC (Estado, fornecedores e bancos) e da denominada dívida desportiva a atletas, treinadores, empresários, colaboradores, etc., irão ascender a 2,5 milhões de euros.

Pelo que, perante os meios libertos do exercício [854.000 euros], o clube terá que arranjar financiamento a rondar os 1,7 milhões de euros, lê-se no comunicado.

«No entendimento do Conselho Fiscal, o ativo de cerca de 15 milhões de euros que o clube detém na SAD sob a forma de suprimentos, decorrente da transferência para esta da propriedade dos passes de jogadores e dos veículos automóveis, será o instrumento mais vantajoso para garantir a liquidez e solvabilidade necessárias», pode ler-se.

Da ordem de trabalhos da reunião magna dos sócios vitorianos, cujo início tem hora marcada para as 14h00 de sábado, faz parte ainda a ratificação da cooptação do vice-presidente Pedro Coelho Lima e a criação de uma quota para as modalidades amadoras.

A ser aprovada esta última proposta, significará a entrada de 144.000 euros nos cofres vitorianos, «o que irá permitir que as mesmas assentem num modelo de autofinanciamento que não onere ainda mais o fardo que decorre do pagamento do PEC», nota o CF.