A SAD do Sporting fechou o exercício de 2012/13 com um prejuízo de 43,8 milhões de euros (ME), ao mesmo tempo que o passivo da sociedade gestora do futebol "leonino" cresceu 38,8 ME, para 258,8.

As contas apresentadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que serão submetidas a aprovação dos acionistas em Assembleia Geral marcada para 30 de setembro, mostram que houve uma evolução positiva de 4,6% no resultado líquido face ao exercício anterior, em que a SAD registou perdas de 45,9 ME.

No comunicado à entidade reguladora do mercado, o Sporting destaca a quebra 21,5% de rendimentos e ganhos operacionais, para 32 ME, justificada sobretudo pelos decréscimos de bilheteira, na rubrica de patrocínios, publicidade, merchandising e licenciamento, bem como nos direitos de TV, quotizações e no desempenho na Liga Europa.

No capítulo das transações de passes de jogadores, o resultado é superior ao de 2011/12 e justifica-se essencialmente com as mais-valias da venda dos passes do Ricky van Wolfswinkel (Norwich) e Matias Fernandez (Fiorentina) e aos direitos de formação, nomeadamente de João Moutinho, o que se traduziu num encaixe de 16,9 ME, contra 5,6 ME da temporada anterior.

Na época em que o Sporting procedeu à reestruturação do projeto financeiro, já depois de Bruno de Carvalho ter sucedido a Godinho Lopes na presidência do clube, a dívida financeira sofreu um agravamento em cerca de 41,5 ME e o passivo cresceu de 220 para 258,8 ME

Na mensagem aos acionistas, Bruno de Carvalho afirma que o exercício de 2012/13 «foi atípico, fortemente influenciado pela situação vivida no Sporting Clube de Portugal, acionista maioritário da Sporting SAD, e que se caracterizou por uma forte instabilidade».

«Esta derivou de problemas diversos relacionados com opções tomadas ao nível da gestão, pelos desastrosos resultados desportivos e por alterações sucessivas, nomeadamente ao nível da estrutura do futebol profissional», acrescentou o líder "leonino", depois daquela que foi a pior época de sempre do Sporting, que terminou o campeonato em sétimo lugar e falhou a presença nas competições europeias pela primeira vez.

Sublinhando que a nova administração encontrou uma «situação sufocante» ponto de vista financeiro, Bruno de Carvalho afirma que, «ainda neste exercício deu-se início a uma política de transparência e de proximidade com os sócios e adeptos e lançaram-se as bases para um projeto sustentável», nomeadamente com a reestruturação do plano financeiro.

«Em termos desportivos, o modelo privilegia a formação e um plantel reduzido, com a complementaridade, e a existência de vasos comunicantes entre equipa A e B e com uma estrutura bem definida. (...) Definiu-se como prioridade a renovação de contratos com os jogadores oriundos da formação e com forte potencial e o reforço de alguns jogadores para posições estratégicas que venham a conferir valor e maturidade à equipa», acrescentou.