O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, assumiu esta terça-feira a defesa do treinador Jorge Jesus, relativamente ao sucedido após o jogo de Guimarães, e anunciou que está preparado para testemunhar em tribunal pelo técnico do clube.

Entrevistado na Correio da Manhã TV, Vieira foi perentório: «Estão a tentar crucificar o Jorge Jesus. Tenho olhos na cara para ver e sei que não agrediu ninguém». Com essa convicção, está disponível para afirmar na justiça que o treinador estava sim «a separar alguém» e não a agredir.

«Ele saiu do banco para pedir calma perante um adepto que estava rodeado por vários seguranças, não me parece que seja uma agressão», sustenta. «Estão a empolar a situação, porque se trata do treinador do Benfica, quem conhece o Jorge Jesus sabe que ele não ia agredir ninguém».

Luís Filipe Vieira foi também crítico face à atuação dos seguranças e da polícia: «O adepto foi agarrado por quatro pessoas, parece que tinha assaltado um banco. Ver isso é revoltante. Foi um jogo sem problemas, com bastante fair-play, e este adepto já ia a sair de campo, com a camisola do Luisão».

«Não pode haver castigo, Jesus não fez nada, só tentou separar as pessoas. Não agrediu ninguém», insiste Vieira, lamentando-se de que «há uma justiça do norte e uma justiça do sul». «Ele não sabia que era um polícia. Quando eu lhe disse que aquilo era um polícia disse-me que não podia ser e foi logo pedir desculpa».

Na mesma entrevista, o presidente do Benfica referiu-se ao caso da alegada agressão no estádio da Amoreira ao presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Nuno Lobo: «o que se passou na Amoreira foi muito grave e ninguém comenta...».

Questionado sobre o que mudou no futebol português, quatro anos após o "Apito Dourado", ironizou: «Falam menos ao telefone e reúnem-se mais em hotéis».

«O futebol português evoluiu, na classe dirigente e a nível fiscal, mas ainda há gente que vive debaixo da impunidade», disse ainda Luís Filipe Vieira, que continua a desejar que se avance para a profissionalização da arbitragem.

Recordando o final da época passada e a situação de Oscar Cardozo, na final da Taça, disse estar «muito feliz» com a permanência do avançado paraguaio.

«Estamos muito felizes com ele e com o nosso treinador, o importante é a união da família benfiquista», disse, após explicar que Cardozo não podia frequentar as instalações do clube enquanto decorria o processo disciplinar instaurado após o último jogo da época passada.

Segundo o presidente dos "encarnados", Cardozo «não quer sair do Benfica» e tem uma excelente relação com o treinador, «que está lá para gerir os ativos do Benfica».