O castigo de um mês de suspensão aplicado hoje pelo Conselho Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol ao treinador do Benfica, Jorge Jesus, vai impedi-lo de dirigir a equipa em quatro jogos do campeonato.

A pena em causa tem efeito imediato a partir de hoje, 19 de novembro, com a publicação do comunicado oficial número 178 pela Liga de Clubes, a culminar o processo disciplinar interposto a Jorge Jesus na sequência dos factos ocorridos após o jogo Vitória de Guimarães-Benfica, da quinta jornada da Liga, e expira no dia 18 de dezembro.

No final do jogo com o Vitória de Guimarães, Jorge Jesus intrometeu-se numa ação da polícia que tentava travar adeptos benfiquistas que invadiram o relvado para celebrar a vitória do Benfica, por 1-0.

Jorge Jesus não vai poder orientar a equipa nos jogos Benfica-Sporting de Braga (23/11 – 10.ª jornada), Rio Ave-Benfica (01/12 – 11.ª jornada), Benfica-Arouca (06/12 – 12.ª jornada) e Olhanense-Benfica (15/12 – 13.ª jornada), regressando ao “banco” encarnado no estádio do Bonfim, frente ao Vitória de Setúbal, no dia 20 de dezembro, em jogo da 14ª jornada.

Fora de causa está a presença de Jorge Jesus no “banco” do Benfica no clássico de dia 12 de janeiro, frente ao FC Porto, na Luz.

O castigo aplicado pelo CD da FPF ao Benfica é passível de recurso para o Conselho de Justiça, mas é improvável que o clube da Luz venha a utilizar esse instrumento, tanto mais que aquele órgão jurisdicional concordou em homologar o acordo subscrito pela Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga e pelo treinador Jorge Jesus.

De notar que a punição ao treinador do Benfica restringe os seus efeitos às competições nacionais e não tem qualquer implicação nas provas europeias, nomeadamente na Liga dos Campeões, onde a equipa encarnada compete.

Esta decisão da justiça desportiva decorre à margem do processo que decorre na justiça civil, no âmbito do qual Jorge Jesus foi interrogado na segunda-feira pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, como arguido no inquérito aos incidentes no final do jogo com o Vitória de Guimarães.

O Ministério Público terá arrolado como testemunhas no inquérito polícias que prestavam serviço no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, a 22 de setembro, e que são os queixosos no processo.

Pelo seu comportamento no final do desafio, Jorge Jesus pode responder pelos eventuais crimes de resistência e desobediência à autoridade pública (punido com pena de prisão até cinco anos) e ofensa à integridade física dos agentes policiais. O arguido não tem quaisquer antecedentes criminais.