O FC Porto perdeu este fim de semana a liderança da liga portuguesa para Sporting e Benfica e adensou-se a crise no Dragão. Em três jornadas a equipa de Paulo Fonseca perdeu sete pontos e está agora a dois de leões e águias.

Jorge Couto, ex-jogador do FC Porto, revela que foi com surpresa que assistiu aos últimos desempenhos da equipa, mas diz que não é algo assim tão inédito, rejeitando grandes dramatismos em torno do momento azul e branco.

«Quem anda no futebol há muito tempo não fica completamente surpreendido com esta reviravolta no campeonato. É verdade que não é muito frequente isto acontecer no FC Porto, mas pode acontecer e já sucedeu com outras equipas.»

Numa análise mais profunda, Jorge Couto iliba o treinador Paulo Fonseca de todas as responsabilidades, embora admita que esse é sempre o caminho mais fácil.

«Estes resultados não são apenas responsabilidade do treinador... penso que os jogadores também têm responsabilidades no momento menos bom e nos resultados menos positivos que o FC Porto tem alcançado», diz Jorge Couto, que sublinha que os portistas têm um plantel curto para as exigências atuais.

«O FC Porto tem um plantel que não é muito vasto e que no banco tem poucas opções. Saíram jogadores importantes, tem sido difícil arranjar alternativas com a mesma qualidade, e depois há jogadores novos em processo de adaptação, e estas coisas levam o seu tempo», explica o antigo futebolista, que considera que apesar da mudança de líderes no campeonato continua tudo em aberto.

«Está tudo em aberto apesar destes resultados. Vamos com 1/3 da época decorrida, falta muito campeonato, embora fosse melhor estar em vantagem, obviamente.»

Para o futuro, Jorge Couto não vê no horizonte uma mudança de treinador no Dragão, pois, reorda, «não é o modelo» do FC Porto.

«O FC Porto está habituado a não desistir. Exemplo disso foram os dois últimos campeonatos, em que foi uma equipa que sempre acreditou, mesmo estando em desvantagem. No FC Porto arranja-se força para tentar inverter estas situações e acredito que mudar o treinador, ainda para mais a meio da época, não está em equação.»

Já quanto à contestação aos jogadores e treinador, Jorge Couto entende, mas recrimina os exageros cometidos na receção ao autocarro azul e branco, no sábado, após a derrota frente à Académica.

«Entendo a contestação até determinando ponto. Os adeptos não gostam que a sua equipa não ganhe, mas quando se ultrapassam determinadas marcas e se parte para a violência acho que não se justifica», conclui.

Apesar de ter começado a temporada com o triunfo na Supertaça e ainda estar em competição na Taça de Portugal, o FC Porto perdeu a liderança do campeonato e está perto de ser eliminado na Liga dos Campeões.