O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, alertou hoje os sportinguistas para o facto de o clube estar «irremediavelmente afastado do objetivo de receita definido e necessário» e disse que tal «coloca em perigo a reestruturação efetuada».

«Faltando ainda vender cerca de 2.000 ‘gamebox’ na presente época, estamos irremediavelmente afastados do objetivo de receita definido e necessário, colocando em perigo a reestruturação efetuada com os possíveis efeitos negativos que daqui podem advir e para os quais todos fomos alertados», pode ler-se na mensagem do presidente “leonino” hoje publicada na página do clube na internet.

Bruno de Carvalho recorda que a direção a que preside tomou, perante a atual conjuntura económica difícil, «várias medidas para permitir que mais adeptos se tornassem sócios e que mais sócios viessem aos estádios e pavilhões nos quais compete o Sporting».

No entanto, constata que essas medidas não tiveram a necessária correspondência por parte dos sócios e enumera várias iniciativas que a direção levou a efeito que evidenciam essa constatação.

Uma delas foi a «criação de novos escalões de quotas» para permitir que todos os sportinguistas se pudessem «tornar associados e com regalias», mas como resultado registou-se «apenas um acréscimo de cerca de 6.000 novos sócios», o que, no entender de Bruno de Carvalho, é «manifestamente pouco para a grandeza do Sporting».

«Sendo um clube que privilegia o ecletismo e tendo a construção de um pavilhão próprio como objetivo, foi uma vez mais colocada à venda a ‘gamebox modalidades’, tendo apenas sido vendidas cerca de 200, o que é muito pouco para quem defende a manutenção de 35 modalidades e a construção de um pavilhão nosso», escreveu o presidente “leonino” na sua mensagem aos sportinguistas.

Lembra, ainda, que, desde a 5.ª jornada da Liga de futebol da época, foram criados pela primeira vez no estádio José Alvalade os “bilhetes família” e os “bilhetes anticrise”, o que «tornou possível aos associados assistir aos jogos (exceto aos de risco elevado) por cinco euros».

Em relação aos bilhetes “anticrise” revelou que «há disponíveis cerca de mil lugares em cada jogo», quando, em média, a compra deste tipo de bilhetes «é de apenas 150», o que o leva a qualificar tão baixa adesão como «incompreensível».

«Para o último jogo em Alvalade existiu uma campanha com preço único para todas as bancadas, de sete euros para os associados do Sporting. Apesar disto, apenas tivemos cerca de 38.000 sportinguistas presentes, sendo que, sem contabilizarmos as entradas com ‘gamebox’, apenas 3.233 sócios compraram bilhetes para este jogo», exemplificou Bruno de Carvalho.

Mas a sua deceção estende-se ao jornal do clube, que está «mais moderno, mais informativo, mais interventivo”, sempre com o objetivo de «defender os interesses da verdade e do clube», mas tal esforço de mudança equivaleu a «apenas algumas dezenas de novos assinantes», o que é «manifestamente pouco» para garantir «a continuidade e melhoria» da publicação.

Bruno de Carvalho alude ao ano de 2014 como «a altura de os três milhões de sportinguistas dizerem presente e mostrarem toda a força e união», de modo a tornar o projeto que a Direção protagoniza «sustentado, forte e com capacidade de ser desenvolvido» para colocar o Sporting «no lugar que merece».