Eduardo Almeida, um jovem treinador “globetrotter” que em breve vai assumir o Kozármisleny, da Hungria, sonha com um “grande” da Liga portuguesa de futebol, percorrendo Mundo em busca de aquisição de competências.

«Lá fora tenho aperfeiçoado a liderança e os contactos pessoal e interpessoal, pois são culturas, povos e mentalidades diferentes. Sempre tive relações muito boas, de respeito e entreajuda, que levaram ao sucesso desportivo. Como treinador, habituei-me a todas as realidades. Tive de improvisar quando não há nada, muitas vezes com situações fora dos manuais que estudamos», disse à agência Lusa.

Uma época em Hong Kong, onde conseguiu os melhores resultados da sua carreira, meio ano na Tanzânia e oito meses na Malásia vão ser agora complementados com a aventura de tentar salvar o clube húngaro, com sérias dificuldades na segunda divisão: inicia o trabalho a 07 de janeiro.

Aos 35 anos, Eduardo Almeida não se importa de continuar a correr Mundo, mas admite que é em Portugal, na Liga, que gostaria de fazer carreira, almejando chegar a «um dos três grandes», indistintamente, e alimentando a ilusão de um dia ocupar a cadeira de sonho, nos italianos do AC Milan.

«Como português, gostava de voltar, mas existem outros países da Europa com grandes campeonatos. Procuro fazer na Europa uma carreira e tenho de começar por algum lado. A Hungria abriu-me as portas e vou tentar fazer com que o trabalho corra bem para que apareçam clubes de maiores dimensões», assume.

O jovem de Alenquer, que começou a carreira como adjunto nos juniores do Benfica, gostou de todas as experiencias, mas destaca a da Tanzânia como a mais enriquecedora, «pela variedade de acontecimentos no dia-a-dia».

«Foi uma experiência muito gira, com uma série de diversidades e diferenças de futebol. É um país com muitos problemas de logística, poucas facilidades de treino, mas que me deu grande bagagem e experiência para qualquer adversidade, dificuldade. Ajudou-me a estar preparado para praticamente tudo, mas, qualquer dos sítios por onde passei, me enriqueceu enquanto treinador», vinca.

Eduardo Almeida lembra os rituais de «vudu antes dos jogo», ou as dificuldades em treinar, «porque alguém se esquecia de marcar o campo», tendo de «improvisar regularmente, pois havia sempre qualquer coisita» a complicar os seus planos.

Ainda assim, considera o futebolista africano «o mais fácil de trabalhar, pois só vê futebol, no estado puro»: «Nunca se cansam. Por eles, era treinar, treinar, treinar».

«O mais complicado é, sem dúvida, o asiático, com pouca vontade de treinar. Não está muito aberto à aprendizagem. É mais uma forma de ganhar dinheiro, mas não dá muita importância à sua evolução como jogador. Já o português está habituado ao treino, começa muito cedo. Está sistematizado», complementa.

O crescimento enquanto treinador também se deveu a «grandes adaptações a diferentes realidades», uma vez que passou por «culturas extremas».

«Trabalhei com povos muçulmanos e mais liberais, em cidades mais desenvolvidas e o oposto. Tudo isso faz com que tenhamos mais bagagem, mais facilidade em ver as coisas. Agora, para mim, qualquer realidade dificilmente será estranha», concluiu.

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