Livros de condolências pela morte de Eusébio foram hoje abertos nas representações diplomáticas portuguesas em Maputo e na Beira, mas clubes moçambicanos ligados ao ex-futebolista continuam em silêncio em relação ao maior símbolo de futebol do país.

Uma nota do Consulado Geral de Portugal em Maputo anunciou a abertura, hoje, de livros de condolências pela morte de Eusébio, nas instalações diplomáticas portuguesas na capital e na Beira, segunda maior cidade do país.

A existência destes livros é, praticamente, a única maneira que os adeptos em Moçambique têm de se despedir do "pantera negra", que foi sepultado na segunda-feira em Lisboa.

O clube de formação de Eusébio em Moçambique, Clube de Desportos de Maxaquene, antigo Sporting Clube de Lourenço Marques, ainda não se pronunciou sobre a morte do jogador.

Salvador Macamo, porta-voz daquele clube, em declarações à Agência Lusa, disse que a direção ainda não havia reunido o seu elenco para emitir um comunicado oficial, apesar de se terem passado já três dias após o seu falecimento.

«Nós vamos emitir um comunicado brevemente, hoje vamos reunir depois de duas semanas sem reuniões devido à quadra festiva. Teremos o encontro a nível coletivo da direção e vamos emitir o comunicado oficial», afirmou Macamo.

Eusébio fez 42 jogos, marcando 77 golos, pelo então Sporting Clube de Lourenço Marques, atual Maxaquene, o primeiro clube de futebol federado do "pantera negra", até à sua transferência para o Sport Lisboa e Benfica, em 1960.

Igualmente em silêncio está o Costa do Sol, antigo Sport Lourenço Marques e Benfica, apesar de ter uma academia de formação de futebol juvenil que ostenta o nome do ex-futebolista luso-moçambicano.

Questionado pela Lusa sobre o silêncio, João Raul, responsável pelo departamento de futebol daquele clube, que mantém uma parceria com o Benfica, disse não poder prestar quaisquer declarações.

Faizal Sidat, presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), disse à Lusa que já foram enviadas cartas de condolências à sua congénere portuguesa, FPF, e que «estão decorrer as devidas homenagens ao ex-futebolista».

De acordo com Sidat, foi enviada também uma carta oficial à Confederação Africana de Futebol (CAF). Como reação, a CAF decidiu dar um minuto de silêncio a todos jogos do campeonato interno africano que se avizinha.

Logo após a morte, o presidente moçambicano, Armando Guebuza, lamentou o desaparecimento de Eusébio e incentivou o país a seguir o seu exemplo.

Eusébio da Silva Ferreira morreu no domingo, às 04h30, vítima de paragem cardiorrespiratória.

O “Pantera Negra” ganhou a Bola de Ouro em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73). No Mundial de Inglaterra, em 1966, foi considerado o melhor jogador e foi o melhor marcador, com nove golos, levando Portugal ao terceiro lugar.

Eusébio nasceu a 25 de janeiro de 1942 em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique.