Com 52,1 por cento de forasteiros, a I Liga portuguesa de futebol é a quinta da Europa com maior percentagem de jogadores estrangeiros, apesar do ligeiro decréscimo que se tem verificando nas últimas épocas.

Segundo o "Estudo Demográfico", documento elaborado anualmente pelo "Observatório do Futebol" (CIES Football  Observatory), a que a agência Lusa teve acesso, dos 399 jogadores que iniciaram a época nas 16 formações da I Liga, 208 são estrangeiros.

No entanto, à semelhança do que vem acontecendo nos últimos anos, a principal competição do futebol português voltou a baixar ligeiramente este registo: 56,2 por cento em 2010, 55,4 em 2011 e 53,8 em 2012.

Os números, que dizem respeito a outubro de 2013, colocam Portugal na quinta posição do "ranking" e consideravelmente acima da média europeia (36,8), sendo que apenas Chipre (63,8), Inglaterra (60,4), Itália (54,1) e Turquia (53,1) superam a percentagem portuguesa.

De resto, apesar de um decréscimo de 10 por cento, relativamente a 2012, o campeonato cipriota manteve-se na liderança, sendo novamente secundada pela Liga inglesa, que aumentou o registo em cinco por cento.

Ainda assim, apesar da redução registada em termos percentuais, Portugal supera, por exemplo, as ligas russa (49,3 por cento), espanhola (39,2), alemã (38,8) e francesa (31,2), todas elas igualmente acima da média europeia.

Os clubes nacionais continuam a manter a preferência por futebolistas brasileiros, com 98 a atuarem na I Liga, o que corresponde a quase um quarto (24,6 por cento) do total de estrangeiros.

Contudo, neste particular também se verificou um decréscimo em comparação com os três anos anteriores, quando existiam 141 (2010), 130 (2011) e 115 (2012) "canarinhos".

Este registo corresponde a 20,8 por cento do total de futebolistas brasileiros (471) espalhados pelas 31 primeiras divisões europeias incluídas neste estudo, reforçando o Brasil como principal fornecedor de atletas para o mercado europeu, pelo quinto ano consecutivo.

O Rio Ave é o emblema da I Liga com maior número de futebolistas brasileiros (10), logo seguido por Académica, Marítimo, FC Porto  e Gil Vicente, todos com oito. Em contraste, o Belenenses iniciou a época somente com um "canarinho".

Por outro lado, os "azuis" do Restelo lideravam no número de lusos no plantel (17), enquanto os "grandes" Benfica (seis) e FC Porto  (quatro) situavam-se no polo oposto.

O estudo, da autoria dos investigadores Raffaele Poli, Roger Besson e Loic Ravenel, permite ainda descortinar que a I Liga portuguesa engloba jogadores dos quatro cantos do Mundo, num total de 38 nacionalidades tão diferentes quanto islandeses, egípcios ou georgianos.