O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) vai promover estágios profissionais remunerados para jogadores de futebol desempregados, anunciou hoje o seu presidente.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, avançou que o programa, lançado em parceria com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a União das Misericórdias Portuguesas no âmbito do Impulso Jovem, vai abranger "100 estágios de animador desportivo" que terão a duração de um ano.

O prazo para as inscrições de "jogadores e ex-jogadores de futebol, dos 18 aos 30 anos, em situação de desemprego" iniciou-se hoje e poderá ser feito através da página do Sindicato na internet.

A função de animador desportivo é caracterizada pelo "desempenho de funções de apoio a idosos, jovens e crianças, nas áreas de animação sócio-desportiva e treino desportivo específico, dos utentes das Misericórdias".

Numa primeira fase serão lançados 50 estágios nas zonas centro e sul do país, seguindo-se uma segunda que abrangerá o centro e o norte, disse.

Joaquim Evangelista adiantou que as remunerações vão variar entre os 419 e os 691 euros, consoante as habilitações literárias dos formandos, englobando ainda subsídio de alimentação e seguro de acidentes pessoais.

Um estágio para um licenciado receberá 691 euros, com um curso de especialização auferirá 586, com o 12.º ano 544 e com menos do que isso 419, revelou.

"Pode ser que estejamos a criar condições definitivas para empregos, ou seja para [o estagiário] continuar a exercer essa atividade com uma função mais estável", admitiu.

Joaquim Evangelista lembrou, a propósito, que há muitos jogadores que "exercem a atividade de forma lúdica", sem qualquer remuneração, e que podem aproveitar para "exercerem uma atividade remunerada".

"É obrigação de todos ajudar a minimizar as condições de todas as pessoas que estão nessas circunstâncias [desempregados]. A mim cabe-me a função de o fazer junto do meu público-alvo, que são os jogadores de futebol", assinalou.

Para o presidente do SJPF, "é uma obrigação de todos os portugueses, sobretudo as empresas, de ajudar quem tem menos condições neste momento, quem está desempregado e com dificuldades acrescidas".