O presidente do Arouca confirmou hoje que fez o pedido à Liga de clubes para jogar os dois últimos jogos da I Liga portuguesa de futebol no Estádio Municipal de Aveiro, por culpa da autarquia local.
“Não queríamos que isto acontecesse. É uma tristeza ir jogar para fora, mas não temos condições. Não temos gás. A Câmara mandou cortar tudo e ameaça-nos por todo o lado”, disse à agência Lusa Carlos Pinho.
Em causa estão os jogos com o Benfica, da 27.ª jornada, e com o Gil Vicente, 29.ª, não tendo ainda a Liga tomado uma posição oficial.
O dirigente diz que tem “ordem de despejo” e que o clube não podia ficar à espera.
“Quem nos está a empurrar para fora de Arouca é a Câmara, não é mais ninguém”, garantiu Carlos Pinho.
O presidente da Câmara, Artur Neves, rejeitou as acusações do responsável pelo clube.
“Não há ainda uma decisão definitiva que os tire do estádio. Ainda nem sequer foi enviado nada para o tribunal e só fomos para essas instâncias para os tentar obrigar a assinar o novo protocolo”, esclarece.
O autarca conta que a Câmara continua a tratar da relva e a pagar a luz, já que precisam acautelar o bom estado das instalações, no entanto alega que o clube, “evidentemente, tem de pagar o gás”.
“O Arouca não está a ter bom senso e espero que venha a ter, até para que aquilo que ele próprio [Carlos Pinho] conquistou não se desvaneça”, referiu o edil que tem dúvidas sobre se este episódio não será “uma manobra de diversão para conquistar maior receita de bilheteira no jogo com o Benfica”.
Carlos Pinho garante que nunca pensou na bilheteira do jogo com o Benfica, dizendo-se revoltado com a situação, que acha que devia ser resolvida no final da temporada e não agora, afiançando que não estão em causa os valores do contrato, mas a altura em que a Câmara o quer alterar.
No caso de o Arouca ter de fazer os dois jogos que faltam em casa emprestada, o presidente da direção assegurou que o clube vai arranjar o transporte.