O Benfica concretizou no domingo uma época a roçar a perfeição, com um inédito pleno nacional (I Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga) e juntar à presença na final da Liga Europa.

Uma arbitragem muito infeliz do alemão Felix Brych, quarta-feira, em Turim, terá impedido o pleno, o quatro em quatro, de uma equipa que Jorge Jesus soube reinventar, reerguer, após o pesadelo vivido no final da época passada.

Ainda assim, e tirando, naturalmente, as duas temporadas que acabaram com os títulos europeus, arrebatados em finais contra FC Barcelona (1960/61) e Real Madrid (1961/62), esta foi a época mais conseguida da história do Benfica.

Em termos de troféus, foi apenas a segunda vez que os “encarnados” arrebataram três: só tinha acontecido há 33 anos, em 1980/81, quando os comandados do húngaro Lajos Baroti venceram campeonato, Taça de Portugal e Supertaça.

A formação da Luz nunca tinha, porém, disputado 57 jogos ou conquistado 42 triunfos, sendo que só perdeu cinco jogos, mas apenas dois com consequências graves, os que custaram o adeus ao sonho de jogar a final da “Champions” em casa.

Mais do que o ataque, que concretizou 101 golos, o maior segredo da versão 2013/14 do Benfica foi a consistência defensiva (35 sofridos), sobretudo desde que o “miúdo” Oblak substituiu Artur na baliza.

O guarda-redes esloveno, de apenas 21 anos, sofreu míseros seis golos em 26 jogos disputados em todas as provas e um total de 2.281 minutos, enquanto o brasileiro foi batido 26 vezes, em 30 encontros (2.639 minutos).

Em termos individuais, os destaques foram muitos, da magia dos extremos Gaitan e Markovic à solidez dos centrais Luisão e Garay, passando pela “omnipresença” de Enzo Perez, os golos da dupla Lima/Rodrigo, e, sobretudo, uma rotação que permitiu que a equipa aguentasse até final.

Na defesa, a equipa ganhou com Oblak em vez de Artur, mas o “todo” também esteve melhor, coletivamente, na parte final da época, o que beneficiou o esloveno, que, em alguns jogos, pouco ou nada teve de fazer, tal a eficácia à sua frente.

Os centrais Luisão (49 jogos e seis golos) e Garay (49 e oito) formaram uma dupla notável, bem secundados por Maxi Pereira (42), à direita, e Siqueira (33 e um), o melhor à esquerda depois de Fábio Coentrão. André Almeida (27), Sílvio (21) e Jardel (14) cumpriram sempre.

No meio campo, Enzo Perez (47 jogos e cinco golos) foi a grande referência, pelo que fez defensivamente e como “8” e muitas vezes como “10”, sobretudo depois da saída do “gigante” Matic (22 e três), que teve, ainda assim, em Fejsa (27) um substituto diferente, mas à altura.

Ruben Amorim (37) foi também muito importante, provando que nunca devia ter saído, bem como, a espaços, André Gomes (23), o miúdo que eliminou o FC Porto da Taça de Portugal, nas meias-finais, com um dos melhores golos do ano.

Quanto aos jogadores mais ofensivos, Gaitan (43 jogos e sete golos) e Markovic (49 e sete), que nunca se esqueceram de defender, tiveram momentos brilhantes, para mais tarde recordar, nomeadamente golos de antologia, daqueles difíceis de descrever por palavras. Só vendo.

A grave lesão de Salvio (22 jogos e dois golos), que perdeu mais de metade da época, obrigou-os a jogar mais do que seria desejável, mas outros jogadores “avançaram”, nomeadamente Sulejmani (26 e três) e ao contrário de Djuricic (22), a grande deceção da temporada, embora a prometer mais.

Em matéria de pontas de lança, Lima (51 jogos e 21 golos) e Rodrigo (43 e 18) fizeram “esquecer” Cardozo (32 e 11), que foi importante na primeira fase da época, brilhante na Taça com um “hat-trick” ao Sporting, mas “desapareceu” pós lesão.

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