O advogado Nuno Oliveira, candidato à presidência da Académica, prometeu hoje desenvolver um projeto de crescimento do clube a médio prazo, assente no aumento do número de sócios, na exploração da marca Académica e numa nova política desportiva.
Em entrevista à agência Lusa, o candidato da Lista B sublinhou que pretende uma "Académica aberta, virada para os sócios, com exploração da marca e envolvimento de empresas para trazer mais gente ao estádio e uma política desportiva mais objetiva e rigorosa, que permita a valorização de ativos e mais valias".
"Vou introduzir na estrutura do futebol profissional critérios de racionalidade no momento de contratação. É impensável que em 2014 o clube não tenha ainda um departamento de prospeção e observação [“scouting”], estando refém de empresários porque não tem um departamento capaz de acautelar os seus interesses no momento da contratação", referiu o cabeça de lista da candidatura "Briosa 100%" às eleições, marcadas para sexta-feira.
Nuno Oliveira considera que a "Briosa" não pode "continuar com a atual política desportiva que causa prejuízos financeiros e desportivos significativos".
"Tivemos mais de 200 jogadores inscritos nos últimos 10 anos e não sei a quem isto interessa, à Académica não é de certeza. Temos de evitar esta dependência de um clube estrangeiro chamado Corinthians Alagoano, que tenho dificuldade em perceber o que está em causa", frisou o candidato.
O advogado salientou ainda que vai apostar forte na formação, com a criação de uma figura de coordenação para ir para o terreno "ver e contactar jogadores, empresários, colocar Académica no mapa e conseguir criar uma rede para chegar aos melhores".
O cabeça de lista da candidatura "Briosa 100%" considera que é preciso refundar a Académica, que "é muito mais do que um clube", através da ligação à academia estudantil, do envolvimento da cidade e das suas instituições, acusando o atual presidente de incapacidade para mobilizar as pessoas.
Num balanço aos 10 anos de mandato de José Eduardo Simões, o candidato Nuno Oliveira considera que a Académica "perdeu uma oportunidade única de se afirmar como um dos maiores clubes portugueses e uma das maiores instituições em termos de base de apoio, de projeto desportivo e de resultados".
"A Académica teve nos últimos 10 anos os maiores orçamentos da sua história, que não foram acompanhados de um projeto desportivo coerente e sustentável que permitisse o crescimento da instituição e basta ver que hoje vemos de novo na equipa a repetição do que assistimos ano após ano, com 12, 13 ou 14 jogadores a terminar contrato", criticou.
Para Nuno Oliveira, a Académica está "estagnada" e a atual direção chegou "ao fim de um ciclo, com aspetos evidentemente positivos, que teve a ver com a permanência na I Liga, a conquista fantástica da Taça de Portugal e a conclusão da Academia".
O candidato divide o mandato de José Eduardo Simões em dois momentos: "um de claro desnorte, que durou vários anos, em que se passou de um passivo de 7,1 para perto de 13 milhões de euros, e outro, verificado nos últimos anos, de tentativa de diminuição do passivo pouco a pouco, sobretudo na sequência das receitas extraordinárias decorrentes da participação na Liga Europa".
"Transmitem uma mensagem de ter feito milagres ao nível da gestão, que não corresponde à verdade. Disseram que, em 2004, a situação era caótica e que, atualmente, o clube está estável e contas em dia, quando o passivo real é superior em mais de dois milhões", sublinhou.