O menor rendimento do Benfica nesta pré-temporada não preocupa antigos jogadores e dirigentes do clube da Luz, que se mostram confiantes numa boa prestação dos "encarnados" na I Liga, apesar da saída de futebolistas importantes.

À margem da apresentação das medalhas alusivas aos 110 anos de história do clube e aos 33 títulos nacionais conquistados, Álvaro Magalhães, António Veloso, Toni e Gaspar Ramos comentaram hoje o atual momento das "águias", desde o desempenho neste início de época até às saídas de jogadores que se revelaram importantes para o sucesso da temporada passada.

"A pré-temporada não nos traz uma visão real daquilo que será a época. Daqueles jogadores que têm jogado, certamente alguns nem ficarão no Benfica. Enquanto benfiquista, não estou nada preocupado com o menor rendimento neste momento", afirmou o antigo vice-presidente e diretor para o futebol dos "encarnados" Gaspar Ramos.

Por seu lado, António Veloso admitiu que "é sempre importante começar bem e a ganhar", mas lembrou que "saíram vários jogadores e não é de um momento para o outro que se constrói uma equipa".

"Os benfiquistas gostam sempre de ganhar, em quaisquer circunstâncias, mas acho mais importante ganhar quando começarem as provas oficiais. Agora é preciso acertar a adaptação dos novos jogadores", referiu o antigo "capitão" benfiquista, frisando, no entanto, que "a saída de tantos jogadores não é benéfica para a equipa, tendo em conta que o Benfica estará a disputar o campeonato e a Liga dos Campeões".

De resto, também Toni manifestou alguma preocupação com a "saída de jogadores muito importantes", situação que poderá "tornar a tarefa muito mais complicada", enquanto Álvaro Magalhães acredita que, apesar dessa condicionante, o "Benfica terá uma equipa competente e de grande nível, para lutar pelo título".

Já Gaspar Ramos justificou as muitas vendas com a "realidade financeira" do país, mas também com a "obrigação do Benfica em satisfazer os compromissos assumidos".

"Para se ter grandes plantéis, como no ano passado, é preciso gastar muito dinheiro e o clube não tem condições para isso. Estamos em Portugal e o Benfica tem de se ajustar às limitações financeiras do país. Não podemos fazer investimentos muito volumosos, mas podemos fazer ajustamentos que possam permitir ter uma equipa competitiva e capaz de discutir o título", analisou.

Ainda assim, o antigo dirigente benfiquista não considera que o conjunto da Luz parta em desvantagem na luta pelo título desta época, uma vez que, ao contrário dos principais rivais, os jogadores "encarnados" já estão familiarizados com os métodos de trabalho e com o clube.

"No Benfica, os jogadores que transitam já conhecem os métodos de trabalho, os modelos táticos, as pessoas. Tudo isso é um valor enorme em relação aos outros, que têm de refazer a equipa. Acho que isso é uma mais valia para o Benfica, mesmo que tenha um plantel menos valioso", concluiu.