O número de egípcios tem vindo a aumentar cada vez mais em Portugal e, com a chegada de Ramy Rabia ao Sporting, serão agora nove os jogadores provenientes daquele país africano.

Tudo começou com a chegada de Abdel Ghany, o primeiro egípcio a alinhar no principal campeonato português. Entre 1988 e 1992, o egípcio, dono de um toque de bola refinado e de uma grande consciência tática, espalhou magia com a camisola do Beira-Mar. Estava assim aberto um precedente que tem vindo a revelar bons futebolistas, provenientes de um país que dominado o futebol africano a nível de seleções e clubes.

Se Ghany abriu as portas de Portugal aos futebolistas egípcios, Abdel Sattar Sabry chegou como grande reforço para o Benfica, depois de ter brilhado numa eliminatória da já extinta Taça UEFA entre os “encarnados” e os gregos do PAOK, seu anterior clube. No entanto, a qualidade do seu futebol não era equivalente às suas características humanas, o que o levou a entrar em conflito com José Mourinho, então técnico das “águias”.

O avançado, agora com 40 anos, esteve três temporadas em território luso – entre 2000/01 e 2003/04 -, representando Benfica, Marítimo e Estrela da Amadora e contabilizando um total de 11 golos ao serviço das três equipas.

Ghany e Sabry foram os primeiros egípcios a chegar, abrindo uma tendência que tem vindo ganhar forma, com os clubes portugueses a investirem em jovens talentos provenientes daquele país árabe.

Ahmed Hassan tem brilhado no Rio Ave, depois de ter viajado para solo luso em 2011/12 para integrar a equipa de juniores do clube, altura em que brilhou ao serviço da seleção do seu país no Mundial de sub-20, em 2011.

Uma temporada volvida, Nuno Espírito Santo decidiu apostar no jovem atleta que, já ganhou um lugar no coração dos adeptos “vila-condenses”, ao marcar o golo da vitória do Rio Ave no encontro frente ao IFK Gotemburgo. A partida da terceira pré-eliminatória da Liga Europa, o primeiro jogo europeu disputado pela formação de Vila do Conde em toda a sua história, acabou com a vitória por 1-0, golo marcado pelo avançado de 21 anos.
Mas o clube mais faraónico da Liga portuguesa é o Nacional da Madeira. Aly Ghazal aterrou em Portugal em 2012/13, onde tem dado nas vistas, tendo sido associado a FC Porto e Sporting durante este verão. Atualmente, Ghazal é internacional pelo seu país e visto como um líder do meio-campo dos alvinegros, onde já disputou 37 partidas.

Um ano depois, o futebolista de 22 anos viu outro compatriota seu chegar à Madeira: Saleh Gomaa. O médio tem 21 anos e vai cumprir a sua segunda temporada no Nacional da Madeira, ainda à procura da regularidade exibicional. O futebolista apresenta bons pormenores técnicos e 2014/15 poderá ser a época em que confirma de vez o seu talento. Esta época chegaram Mahmou Ezzat, defesa central de 22 anos, e Aly Fathy, defesa/médio esquerdo também de 22 anos.

Mas, se o Nacional tem sido o clube com maior número de egípcios em Portugal, o Sporting e Gil Vicente também parecem ter descoberto uma nova paixão. Shikabala foi o primeiro a chegar a Alvalade na época passada. Aos 28 anos e depois de um ano de adaptação, marcado por algumas lesões, Shikabala tem deixado boas indicações na pré-temporada e poderá ser um verdadeiro terror para as defesas adversárias com as suas fintas e a capacidade de remate fácil.

Ramy Rabia é o mais reforço dos “leões”, aumentando o contingente egípcio em Portugal. O futebolista foi confirmado ontem como novo jogador do Sporting, depois das negociações se terem arrastado por muito tempo. O internacional egípcio de 21 anos, que é visto como um central de grande futuro, custará 750 mil euros aos cofres “verdes e brancos”.

Os “gilistas” também parecem ter-se apercebido da grande capacidade de trabalho dos futebolistas egípcios e já contam com dois elementos no seu plantel para a temporada que se avizinha. Hossam Hassan, versátil futebolista de 25 anos, que pode jogar tanto como médio-defensivo como a lateral direito chegou a Barcelos proveniente do Al-Masry, sétimo classificado do campeonato do seu país. O futebolista abraça assim a sua terceira experiência internacional depois de contar com passagens por Turquia e Albânia.

Já Marwan Mohsen é avançado, tem a mesma idade que o seu compatriota e chega ao futebol europeu depois de sete temporadas ao serviço do Petrojet, quarto classificado no campeonato egípcio em 2013/14.

A ligação entre Portugal e Egito, dois países com grande tradição no futebol, embora em continentes diferentes, parece ser cada vez mais forte. Para os atletas, Portugal é visto como a porta de entrada na Europa, já os clubes portugueses vêm os futebolistas como ativos que podem acrescentar qualidade aos plantéis. Será para durar?

* Artigo atualizado às 12h00 de 05/08/2014

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