Depois de uma passagem complicada pelas rédeas dos "dragões", Paulo Fonseca está de regresso ao comando da equipa que levou a um notável terceiro lugar em 2013. Chega a uma casa desmoralizada depois de uma época em que a manutenção só foi conseguida num "play-off" frente ao Desp. Aves com o objetivo de dar mais segurança aos adeptos pacenses.

O SAPO Desporto acompanhou uma sessão de treinos dos "castores" em plena Capital do Móvel e conversou com o técnico sobre a nova época, os últimos reforços e a carreira como treinador.

SAPO Desporto: O Paços de Ferreira vem de uma época muito pouco tranquila. Quais são os objetivos para a nova temporada?
Paulo Fonseca: A palavra é mesmo essa, "tranquilidade". Queremos fazer uma época tranquila e garantir a permanência. Não vamos iludir os pacenses com a qualificação europeia, a realidade do Paços é a manutenção.

SD: O plantel ainda não está fechado, pensa em aproveitar as dispensas dos grandes?
PF: É uma possibilidade. Nos plantéis dos clubes grandes existem sempre jogadores que não vão caber lá e que obviamente acrescentam qualidade a clubes com a dimensão do Paços. Nós não estamos fechados a isso. Sabemos que se tivermos a possibilidade de ter jogadores dessa qualidade, com certeza que a vamos aproveitar.

SD: Falou-se no Ricardo, guarda-redes do FC Porto...
PF: Nós já contratámos um excelente guarda-redes, que é o Rafael Defendi. De momento não planeamos contratar mais nenhum.

SD: Sente-se mais preparado para treinar o Paços depois da passagem pelo FC Porto?
PF: Foi mais um ano como treinador, uma grande experiência. À medida que os anos vão passando, nós, com essa experiência, vamos estando cada vez mais preparados. Nesse sentido, eu estou melhor hoje do que estava ontem. E o caminho é esse. O caminho que eu procuro sempre é o da evolução. Penso que evoluí, a todos os níveis, com a minha passagem pelo FC Porto e, como tal, estou melhor preparado para ser treinador. E no ano seguinte vou estar melhor preparado.

SD: Gostaria de voltar a um grande?
PF: Não penso nisso. Estou muito feliz no Paços, estou muito motivado com aquilo que podemos fazer. O futuro não tem para mim grande importância, apesar de eu ambicionar sempre mais para a minha carreira. A minha ambição de momento é sentir-me bem, sentir-me feliz e ajudar o Paços naquilo que são os seus objetivos. O que vai acontecer com a minha carreira não me preocupa muito.

SD: O que faria se surgisse um convite do Benfica ou do Sporting?
PF: Pensaria. Eu mantenho a minha ambição e há uma coisa de que eu não tenho dúvidas: eu vou chegar outra vez aos melhores clubes. Não sei se será em Portugal, mas tenho a confiança e a certeza que isso vai acontecer. Não vale a pena estar com falsos rodeios, eu acredito que isso vai acontecer.

SD: Nesse caso, onde gostaria de treinar?
PF: Há mercados muito aliciantes. Gostava de treinar no Brasil, nos Estados Unidos, em Espanha, nos grandes campeonatos…há um leque muito variado de países onde gostaria de treinar, sem preferência por nenhum. Depende da proposta, do projeto apresentado. E quando falo nisto, não falo em questões financeiras. Tem que ser algo que me motive em termos desportivos.

SD: O Paços vai ter duas primeiras jornadas de fogo, com jogos frente ao Benfica e ao FC Porto. É possível pontuar?
PF: Acho que sim. Se não acreditasse mais valia não irmos lá. Acredito que sim, acredito que é perfeitamente possível pontuar com esses clubes. Teríamos que jogar sempre com eles, calhou-nos nesta parte inicial e sinceramente eu prefiro jogar com eles logo no início.

SD: É bom arrumar logo com a questão?
PF: Sim, por todos os motivos. Eu prefiro apanhar essas equipas mais fortes no início do que mais para a frente e percebe-se porquê. Sem que isso nos garanta nada, porque sabemos das dificuldades que nos esperam, e sabendo que é muito difícil roubar pontos ao Benfica e ao FC Porto. Mas, se olharmos para a realidade, no Benfica saíram muitos jogadores. Estão a formar uma nova equipa e com certeza que com o passar do tempo estarão melhores. Assim como o FC Porto, que é uma equipa construída praticamente de raiz. Sem que isso nos garanta nada, sabendo claramente que é muito difícil roubar pontos a essas equipas, mas acreditamos que é possível. Vamos fazer todos os possíveis para o conseguir.