Há uns anos, qualquer novo treinador podia ser apontado como o novo José Mourinho. A maioria não resistiu à comparação e muitos fogem atualmente dela “como o diabo da cruz”. Marco Silva tem já obra feita ao serviço do Estoril, mas mais do que o que já está feito, Alvalade sonha com o que o ex-treinador do Estoril promete.

Com apenas 37 anos, o técnico do Sporting é o terceiro treinador mais jovem da Liga, apenas atrás de Ricardo Chéu (Penafiel) e Petit (Boavista). A grande juventude, porém, não se reflete na sua capacidade de análise ao jogo e na forma como monta as suas equipas, demonstrando uma grande maturidade. Lúcido, equilibrado, adepto de um futebol de qualidade e com uma personalidade bem vincada, Marco Silva consegue ainda estabelecer uma boa relação com os jogadores. Afinal, era esse o seu papel até 2010.

O seu percurso enquanto futebolista durou 15 anos. Este lateral direito alinhou apenas em Portugal, passando por clubes tão distintos como o Belenenses, Atlético, Trofense, Campomaiorense, Rio Ave, Braga B, Salgueiros, Odivelas e, por fim, Estoril, onde viria a estabilizar e jogar seis temporadas. Sem sofismas, é legítimo assumir que Marco Silva é muito melhor treinador em dois anos e meio do que o foi enquanto jogador ao longo de mais de uma década.

Trocou o equipamento e as chuteiras pelo fato e gravata da condição de diretor desportivo. Durou pouco tempo a experiência. Em novembro de 2011, cerca de seis meses depois do seu adeus aos relvados, o Estoril arrastava-se nos últimos lugares da II Liga ao invés de correr pela subida de divisão. Foi chamado para o papel de bombeiro, saiu apenas em 2014 como um herói dos “canarinhos”.

Para a história ficou um título de campeão da II Liga e duas qualificações para as competições europeias. Feitos únicos de um Estoril que cresceu para patamares nunca antes vistos. Tudo pela mão de Marco Alexandre Saraiva da Silva.