Talisca foi o guia da excursão que o campeão nacional fez a Setúbal, apresentando aos adeptos três dos cinco golos do Benfica. Numa noite amena junto ao Sado, Jorge Jesus aproveitou ainda para estrear Samaris e Cristante na Liga. Setúbal era o quarto ponto de paragem no roteiro do Benfica neste campeonato. Uma visita anunciada por Jorge Jesus como complicada, mas onde os números das últimas deslocações diziam outra coisa. E como contra factos não há argumentos, os factos afirmavam a todo o mundo que os encarnados já não se perdiam no Bonfim desde 1999 e que era preciso recuar até 2010 para não ver um triunfo encarnado.
No dia em que o clube da Luz oficializou a chegada de mais um avançado, o brasileiro Jonas, o ataque do Benfica mostrou que, para já, não sentia a necessidade da chegada do ex-jogador do Valência. Muito por culpa de Talisca, que lentamente o treinador Jorge Jesus vai moldando como segundo avançado, e que se estreou a marcar em dose tripla no campeonato. Aliás, o jovem jogador baiano mostrou que sabe bem o pé esquerdo que tem e exibiu-o de forma categórica entre os titulares.
Porém, a visita foi iniciada por Salvio, com um golo fantástico a dar início à história do encontro, aos 10’. Um pequeno passo de dança à frente do defesa sadino e o ato de puxar atrás o pé esquerdo foram o prelúdio da obra-prima do extremo argentino. Era o 1-0 e começava a desenhar-se a superioridade encarnada.
Se no Vitória a equipa “arrastava-se” em campo, o Benfica era um viajante rápido e leve, muito por culpa de Talisca. No espaço de cinco minutos, o jovem médio brasileiro mostrou ao que os encarnados vinham. Os golos aos 38’ e 43’ deixaram os adeptos impressionados com a tranquilidade do passeio por terras do Sado. E, sobretudo, deixou logo à vista de todos o destino final desta visita: a vitória… mas não do Vitória.
A segunda parte foi como o cumprimento de uma obrigação de 45 minutos. No entanto, os encarnados aproveitaram para rentabilizar o tempo e mostraram ainda mais duas atrações a sua massa associativa, por intermédio de Talisca (outra vez, 55’) e do suplente Ola John (77’). Chegava assim ao fim o passeio de sexta-feira do Benfica.
A vista do banco de suplentes
Do seu banco, Jorge Jesus não escondeu que apreciou a atuação da sua equipa. Como expressou na conferência de imprensa após o desafio, o técnico viu uma exibição “convincente”. “Antes do jogo não esperávamos ganhar por tantos. O V. Setúbal é uma boa equipa e no Bonfim não é fácil ganhar. O Benfica entrou bem, marcou cedo, e soube ser pragmático. Em quatro oportunidades marcámos três golos. Na segunda parte, gerimos bem a vantagem, acabámos por marcar mais dois golos. Foi uma exibição convincente, brilhante, com um resultado bom”, declarou.
Por outro lado, Domingos Paciência era o rosto de um “anfitrião desencantado” na sua receção ao Benfica. “É um jogo que vale três pontos, não vale mais do que isso. Sabemos que o nosso campeonato é distinto do do Benfica, mas perante o nosso público, tínhamos obrigação de fazer melhor”, concluiu.