O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, disse hoje que o trabalho desenvolvido neste mandato "ultrapassou largamente as expetativas", mas frisou que o clube deve continuar com os pés bem assentes no chão.

O dirigente falava no final da reunião de assembleia-geral (AG) do clube que aprovou por larga maioria o relatório e contas da época passada, exercício que registou um resultado líquido negativo de 300 mil euros e uma redução do passivo, que ronda agora os 14,2 milhões de euros.

"Estou satisfeito pela votação, que foi quase por unanimidade, excetuando dois ou três sócios que têm sempre uma posição muito crítica. Cumprimos um orçamento com um rigor absoluto, de forma quase milimétrica, algo de inédito na história do clube", afirmou.

Há cerca de dois anos e meio à frente do Vitória, Júlio Mendes faz um balaço positivo da ação da sua direção. "Estamos muito satisfeitos com o que fizemos, ultrapassando largamente as expectativas, os vitorianos também devem sentir-se satisfeitos, ainda que alguns discordem aqui e ali, mas na generalidade existe uma consciência de que o que está a ser feito era o que tinha que ser feito - e está a ser feito com sucesso. Estou orgulhoso e agradecido a todos os que me ajudaram", disse.

Júlio Mendes, contudo, considera que o Vitória de Guimarães "continua com muitas dificuldades".

"Quando tivermos terminado este mandato e o trabalho para o qual nos propusemos, será um Vitória diferente, mais otimista quando ao seu futuro, mas terá de haver muita responsabilidade no que for sendo feito, porque a conjuntura não ajuda o país, os clubes e o Vitória", notou.

Para o presidente vitoriano, o clube "deve continuar a apostar no que é capaz de fazer entre portas".

"Provámos que sabemos gerar ativos com a prata da casa e acho que o caminho passa por aqui. Se as circunstâncias permitirem dar um salto qualitativo, o clube deve assumi-lo, mas o Vitória deve continuar a ter os pés bem assentes no chão", disse.

Numa AG onde também marcou presença o principal acionista da SAD, Mário Ferreira, Mendes ouviu apelos para que se recandidate em março de 2015, mas o presidente vitoriano voltou a dizer que isso "está pendente de muitas coisa que podem acontecer em seis meses, o que é uma eternidade em futebol".

"Quero sentir a vontade dos sócios, não a de hoje, a seis ou sete meses das eleições, e há aspetos da minha vida pessoal e familiar que têm que ser ponderados", detalhou.

Na AG da SAD, que vai realizar-se de seguida, vai discutir-se, entre outras coisas, a remuneração dos administradores, mas Júlio Mendes já disse que não auferirá qualquer salário.

"Disse em campanha eleitoral que não iria auferir remunerações e que se o fizesse iria entregar ao clube e vou manter-me fiel a este compromisso de não auferir qualquer salário durante este mandato", assegurou.