O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, defendeu hoje a incorporação do organismo a que preside, da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol e da Associação Nacional de Treinadores na Liga.

“A Liga tem um papel importante no modelo de desenvolvimento do futebol português e dela devem fazer parte representantes dos clubes, dos jogadores, dos treinadores e dos árbitros. Respeitando os diversos interesses, a abertura a outras associações de classe seria uma mais-valia pelas ideias que estas aportariam e permitiria traçar um rumo definido para o mandato. Nessa perspetiva, o processo eleitoral está diminuído”, disse o presidente do SJPF, na sequência de uma reunião que manteve hoje com os representantes da Associação Portuguesa de Árbitros (APAF), José Gomes, e da Associação Nacional de Treinadores (ANTF), José Pereira.

Desafiado a apontar um nome consensual para a presidência da Liga, Joaquim Evangelista recusou fazê-lo, por entender que teria um efeito contrário nos clubes, mas alegou que existem pessoas no futebol que, pela relação que mantém com os diversos agentes, têm mais condições que outros para a função.

Evangelista admite que o papel do sindicato “não é eleger o presidente da Liga”, mas alerta os clubes para que “não cometam o erro” que cometeram na anterior eleição, na qual escolheram uma pessoa e “depois se vitimizaram e desresponsabilizaram da opção que fizeram”.

Questionado se a eleição de Mário Figueiredo foi um erro, Evangelista considerou que esse juízo de valor deve ser feito pelos clubes e que cabe ao sindicato relacionar-se com o presidente, seja ele qual for, que vier a ser eleito.

“O que constato é que cada clube tem os seus interesses próprios, os quais colocam à frente dos interesses do futebol português”, disse o presidente do SJPF, para quem “é importante saber quem manda nas instituições para que possa dar a cara, em vez de se dar importância a quem votou a favor ou contra”.

Em relação às propostas que o SJFP apresentou em setembro, de alteração do Regulamento Disciplinar das competições da LPFP e do Regulamento Disciplinar da FPF,além da obrigação de identificação dos dirigentes e detentores de capital das SAD’s, que serão discutidas na Assembleia Geral de sábado, Joaquim Evangelista destacou três pontos.

O primeiro tem a ver com o encerramento dos clubes, cujo espólio é apropriado pelas administrações das SAD’s, as quais “só não assumem as dívidas e os compromissos assinados com treinadores, jogadores e funcionários”, em processos que qualifica como “fraudulentos e prejudiciais” ao futebol português.

O segundo diz respeito ao investimento estrangeiro nos clubes portugueses, “sem qualquer fiscalização e sem que se saiba quem são os investidores, muitas vezes ligados à manipulação e resultados”, dando os exemplos do Fátima, do Atlético, do Olhanense e do Beira-Mar, nos quais “os problemas não foram resolvidos e só se agravaram”.

“Os dirigentes avalizam esse tipo de investidores e depois vitimizam-se e alegam que foram enganados”, disse Evangelista, que alertou ainda para o recurso instrumental dos clubes devedores ao Plano Especial de Revitalização (PER), que permite que possam “pagar as dívidas a médio e longo prazo”.

Segundo Evangelista, muitos clubes recorrem a esse expediente para pagamentos das suas obrigações num espaço temporal alargado ao mesmo tempo que continuam a contratar jogadores, enquanto os clubes cumpridores, muitos deles das divisões secundárias, não podem assim aceder a patamares superiores, o que constitui uma situação de desigualdade inaceitável.

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