A aprovação do relatório de contas da Académica - Organismo Autónomo de Futebol (OAF) foi hoje adiada em Assembleia-Geral, por falta de certificação legal em tempo útil.

A decisão surgiu na sequência de um requerimento a denunciar a falta de certificação legal de contas em tempo útil para análise dos sócios, da autoria do sócio Ricardo Rosa Pais, que considerou que os associados da "Briosa" não estavam em condições de votar os documentos, depois de não lhe ter sido disponibilizada a certificação legal de contas no prazo estipulado nos estatutos do clube.

O vice-presidente para a área financeira, Salvador Arnaut, reconheceu o atraso na certificação das contas, que chegou durante o dia de hoje, justificando assim o pedido à mesa da Assembleia-Geral para a retirada dos pontos.

De acordo com os estatutos da Académica, os sócios têm direito a consultar as contas certificadas nos 10 dias que antecedam a aprovação das contas do clube.

Segundo o presidente da Assembleia-Geral, Castanheira Neves, o requerimento apresentado pelo sócio Ricardo Rosa Pais traduz o "reconhecimento de que os estatutos têm de ser cumpridos".

Na Assembleia-Geral de hoje, em que participaram cerca de uma centena de associados, foi também adiada a votação do Provedor do Sócio, por falta de apresentação de um nome por parte da direção presidida por José Eduardo Simões, que se encontra em conversações adiantadas com um "ilustre académico".

O líder academista manifestou-se ainda muito preocupado com o facto de os clubes, "que estão falidos", serem chamados a emprestar dinheiro, cerca de 1,5 milhões de euros no total, até final do ano, para taparem o "buraco financeiro" da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.