O treinador do Vitória de Guimarães, Rui Vitória, disse hoje que o alegado interesse do Benfica não desvia o foco do seu trabalho equipa da I Liga portuguesa de futebol.

"Vivo as coisas de forma muito imediata. Nunca pensei nas coisas de forma antecipada. O futebol é fértil em surpresas, agradáveis e desagradáveis. Sou treinador do Vitória e estou perfeitamente identificado com esta cidade e com este clube. Amanhã [domingo] temos um jogo importantíssimo, e é aí que me foco", adiantou, após a apresentação do seu livro “A arte da guerra para treinadores”.

Perante uma repleta sala no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, o técnico do terceiro classificado da I Liga realçou que o livro, baseado na obra “A arte da guerra” escrita pelo general chinês Sun Tzu, há cerca de 2.500 anos, é composto por situações que tem vivido ao longo da carreira de treinador.

"Tentei passar testemunhos. Ninguém pode levar a mal o que está escrito, porque são vivências de alguém que veio de um patamar muito mais baixo e teve de subir e que passou por muitas dificuldades no futebol", vincou.

Assumindo que encarou este livro como mais um desafio a superar, Rui Vitória revelou que, desde muito novo, sentiu interesse pela forma como os grupos de trabalho são conduzidos, o que o ajudou a iniciar cedo a carreira de treinador.

"Há um crer que se vai ganhando com as dificuldades que se vão ultrapassando. Já tenho 12 anos de carreira. Eu disse que gostava de ser treinador muito cedo e, logo que tive oportunidade de passar a essa fase, embarquei", disse.

Referindo-se a Rui Vitória como um dos "generais" que o acompanha na "cruzada" enquanto presidente do Vitória, iniciada a abril de 2011, Júlio Mendes optou por destacar o último capítulo do livro, que versa sobre a disputa de finais.

"Neste capítulo, tem uma frase que diz: ‘Aquele que não se conhece a si mesmo nem ao inimigo será derrotado em todas as batalhas’. O sucesso do Rui Vitória teve a ver com o facto de ter estudado muito bem o adversário e de ter também estudado quais eram as nossas capacidades", disse.

O dirigente vimaranense referiu ainda o primeiro capítulo do livro, no qual Rui Vitória defende que, apesar de muitas das competências de um treinador serem aprendidas, parte delas são inatas, uma vez que é uma atividade no "âmbito do humano".